MUDANÇA DE COMPORTAMENTO - OPINIÃO

Duarte Nogueira*
12/06/2002 15:52

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O processo de amadurecimento democrático é lento, mas inevitável. O paulista passou gestões e gestões onde não se tinha o mínimo respeito pelo dinheiro público e por isso acabou aceitando a máxima do "rouba, mas faz". Felizmente, nesse sentido o governador Mário Covas foi um divisor de águas:

convenceu o cidadão de que era possível fazer política com seriedade, gastar apenas o que era arrecadado e aplicar os recursos do Estado prioritariamente nos setores sociais. E o governador Geraldo Alckmin, escolhido como vice pelo próprio Covas, segue o mesmo caminho.

Fazendo uma breve análise de como estava o Estado antes dos governos Covas/Alckmin, basta lembrarmos que, em 95, o governo não tinha dinheiro sequer para colocar combustível nos carros de polícia. O Estado estava em situação pré-falimentar e o déficit de 21,7% de 94 foi reduzido a 3% em 95. De 96 para cá, o balanço financeiro fechou no azul.

Com as contas em ordem e priorizando os setores sociais, o governo pôde criar programas como o Banco do Povo, que empresta de R$ 200 a R$ 5.000 a juros de 1% ao mês; o Renda Cidadã, que oferece um apoio financeiro mensal de R$ 60 a famílias carentes; os Programas de Qualificação e Requalificação de Mão-de-Obra, que já beneficiaram 1,5 milhão de trabalhadores desde 96; e o programa Jovem Cidadão:Meu Primeiro Trabalho, que já atendeu mais de 20 mil jovens de 16 a 21 anos em estágios de até seis meses com direito a uma bolsa-auxílio de R$ 130, vale-transporte e seguro, pagos pelo Estado e pela empresa.

Só no ano passado o governador Alckmin anunciou investimentos adicionais de R$ 890 milhões para a educação, valor que se soma aos outros R$ 600 milhões de 2000. Com esses recursos extra-orçamentários vem sendo possível ampliar, construir e informatizar as escolas, cobrir quadras esportivas, e oferecer o bônus mérito e gestão - uma espécie de 14º salário - a professores e gestores como estímulo a esses profissionais.

Na segurança pública, um dos grandes desafios mundiais, o governo do Estado tem tido uma atenção especial. Em 95, eram 73 mil homens na Polícia Militar. Hoje, são 85 mil, melhor equipados com armamentos de última geração, melhor preparados e estimulados pelos êxitos das ações das últimas semanas. Nesse setor, nunca se investiu tanto.

Além do Orçamento de 2002 prever um aumento de 17% na verba destinada ao setor - cerca de R$ 6 bilhões - o governador anunciou investimentos suplementares de R$ 190 milhões na implantação de uma série de medidas para conter a criminalidade. Entre elas, a colocação de 12 mil policiais nas ruas até o final do ano, a criação de mais uma companhia da Rota com mais de 200 policiais.

Foram liberados cerca de R$ 79 milhões para a compra de 2.532 veículos, entre carros e motos, R$ 88 milhões para a construção de 14 unidades prisionais, que abrirão 12.600 vagas e investimentos de R$ 10 milhões na ampliação do Infocrim - sistema de divulgação de dados sobre criminalidade.

Já se foi a época em que o prometido não era cumprido ou então se realizavam obras e deixava-se a dívida para o governo seguinte. Aos poucos, a população vai percebendo cada vez mais a diferença e sabe que ela é quem mais sai lucrando com isso.

*Engenheiro agrônomo, 38 anos, líder do governo na Assembléia Legislativa e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no Governo Covas (95/96).

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