Museu de Arte - O trinômio "cor-movimento-luz" valorizado pelos recortes esculturais de Marcos Lopes


06/02/2012 11:37

Compartilhar:


A passagem da arquitetura à pintura e à escultura não é ocasional no artista Marcos Lopes, mas uma determinação consciente para dar solução à necessidade de desenvolver o momento exato do seu desejo de criar. E o resultado é uma ação construtiva que se concretiza numa expressão determinada pelo trinômio "cor-movimento-luz". Em sua total originalidade surge uma visão nova, onírica de arte.

Seguindo imprevisíveis traçados e itinerários ou escutando vozes ou sugestões para criar pode-se alcançar a arte por caminhos os mais diversos. Esse artista chegou à criação na condição psicológica própria de muitos instintivos que, guiados por um impulso natural, sentem o sagrado fogo da arte como liberação que aplaca a íntima agitação dos sentimentos e das fantasias.

Longe de qualquer anedotismo, suas composições, embora possuam uma precisa referência à realidade da natureza, interceptada e recriada segundo um esquema que nasce espontâneo em formas, cores e volumes interligados, concretizam-se com imediatismo e em modulações artísticas.

Operando no ritmo de uma pesquisa abstrato-geométrica, onde a própria sobreposição cromática e de recortes contribui para assinalar um novo limite nos resultados culturais, Marcos Lopes desenha, pinta e recorta em placas de madeira ou de MDF imagens estilizadas de pássaros, animais e formas vegetais, e as delineia em formatos curiosos e verdadeiramente atraentes.

A obra "Revoada de Araras", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é significativa por seu ineditismo criativo. Do mesmo modo, nascem, dentro dessa rarefeita dimensão espiritual, composições calculadas e controladas com estruturas e cromatismos balanceados.

O artista

Marcos Lopes nasceu em São Paulo, em 1960. Formou-se em arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1975, tendo sido aluno dos artistas Flavio Império, Renina Katz, Ubirajara Ribeiro e Marcelo Nitsche. Concluiu pós-graduação em História da Arte pela Faculdade Armando Álvares Penteado, em 2002.

Frequentou o ateliê de pintura de Carlos Fajardo (1989) e a oficina de gravura do Museu Lasar Segall (1991). Trabalha profissionalmente nas artes plásticas desde 1990, executando obras para empresas públicas e privadas, além de hotéis e residências.

Atualmente exerce as função de professor de desenho de expressão e plástica do objeto no curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Desde 1994 integra a equipe com os professores Takashi Fukushima, Flávio Moraes e Liliane Simi.

Participou das seguintes exposições individuais e coletivas: "Ligeiras Impressões", Centro Cultural São Paulo; "Pinte São Paulo", Museu de Arte de São Paulo (1987); "Gravura em Metal", sob a curadoria de Arriet Chaim, Museu de Arte Moderna (1988); III Bienal de Arquitetura de São Paulo, com o trabalho "A Cidade e seu Fluxo" (1997); XXIII Chapel Arts Show, (2001); "A7", Faculdade de Belas Artes, Galeria Rafael Dazzani (2003); "Paisagens e Bichos: Duas Visões", Clube Transatlântico e Câmara de Comércio Alemão (2004); "Aves Brasileiras", Espaço Cultural do Clube Transatlântico; e "Tradição Belas Artes", em comemoração aos 80 anos da Instituição do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2006).

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp