Prandi cobra agilidade na implantação de Veículos Leves sobre Trilhos na Baixada Santista


27/03/2001 17:11

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) reclama da demora na implantação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), na Região Metropolitana da Baixada Santista. De acordo com a parlamentar, é inaceitável que o governo estadual tenha demorado tanto para desencadear negociações, visando liberar parte da malha ferroviária do transporte de cargas e viabilizar o início das obras de implantação do sistema. Além disso, a deputada Prandi também não aceita que a área continental de São Vicente seja contemplada pelo VLT apenas na última etapa de instalação do sistema.

"O cronograma divulgado por meio da imprensa é absurdo. A população mais prejudicada com o fim do Trem Intrametropolitano (TIM) foi justamente a residente na área continental de São Vicente, obrigada a pagar mais caro para andar em ônibus superlotados e mal conservados. Agora, vem a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e estabelece que aquela região será a última a receber os benefícios do sistema. Não podemos aceitar essa proposta imoral", enfatiza Maria Lúcia Prandi, defensora histórica do transporte ferroviário de passageiros na Baixada Santista. A parlamentar encaminhou ofício ao secretário Cláudio de Senna Frederico cobrando a urgente realização de uma audiência pública para discutir o projeto.

"Esta discussão não pode mais ser adiada. Toda a região precisa ser esclarecida sobre o projeto para que a comunidade possa ter mecanismos para propor mudanças que adaptem a proposta governamental à real necessidade dos cidadãos", frisa a deputada Prandi, que também está acionando o presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e prefeito de Cubatão, Alberto Clermont, e o presidente da Agência Metropolitana de Desenvolvimento (Agem), Koyu Iha. "A realização dessa audiência dependia da eleição do novo presidente do Condesb, o que já ocorreu há dez dias. Agora, não há mais justificativas para a demora", afirma a parlamentar.

Outra questão a ser abordada durante a audiência é a negociação entre os governos estadual e federal e as empresas Ferroban e MRS Logística, que detêm a concessão e a exploração da malha ferroviária da região para o transporte de cargas. Sem um acordo que libere a linha férrea que corta Santos das composições para carga, a implantação do VLT será comprometida, segundo informações divulgadas por Senna Frederico durante o 19.º Fórum Paulista de Secretários de Transporte Urbano e Trânsito, realizado em Santos na semana passada.

A necessidade de tirar os trens de carga do ramal a ser usado pelo VLT deve-se à uma diferença de bitolas (largura dos trilhos). Com um acordo, a Ferroban poderia passar a usar a malha da MRS para manobras. Outra alternativa seria a construção de um terceiro trilho num trecho de 16 quilômetros em Cubatão, que também desafogaria a linha existente em Santos.

Passo a passo. Maria Lúcia Prandi vem acompanhando, passo a passo, todo o processo de substituição do TIM pelo VLT. "Isto está ocorrendo dentro de um projeto de modernização do transporte ferroviário de passageiros na região, que sempre defendi. Essa mobilização teve seu ponto alto quando conseguimos 10 mil adesões a um abaixo-assinado contra a substituição do trem por um corredor expresso de ônibus, que complicaria ainda mais a já confusa malha viária da Baixada", frisa Prandi, lembrando que o documento foi entregue ao secretário Cláudio de Senna Frederico numa das várias audiências realizadas para tratar da questão.

Desde a venda do terreno da antiga estação Sorocabana por R$ 31 milhões, a deputada vem cobrando a aplicação desses recursos na implantação da primeira fase do VLT. "Esse foi um compromisso assumido pelo governo estadual para justificar a venda daquela área de 80 mil metros quadrados. Espero que isso comece a se concretizar efetivamente", afirma a parlamentar.

"Como todos os prazos e metas não foram cumpridos até o momento, só daremos trégua quando as obras se iniciarem e as primeiras composições começarem a circular. Até lá, vamos continuar firmes na cobrança desses compromissos. A população tem direito a um transporte barato e não poluente. Essa é nossa meta e só comemoraremos a vitória quando ela for definitivamente alcançada", finaliza Prandi.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lúcia Prandi - 3886-6848/6854)

alesp