Museu de Arte - Liane Chammas: liberdade, ética e estética constituem sua mensagem artística


03/03/2009 14:01

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Duas coisas são evidentes na pintura de Liane Chammas: uma grande dose de sinceridade e a levitação de uma imagem de contida elegância e poesia que se completa com a preciosidade da pureza da cor.

Mundo físico e espaço poético se distinguem e harmonicamente se fundem no interior de suas obras, repletas de cores da primavera e de certa inocência, mas de métier e conteúdo significativos. Em conseqüência, a obra de Liane Chammas se torna culta, refinada e espontânea.

O seu modo de contar aproxima-a da fábula. São temas retirados da crônica cotidiana, do tempo vivido junto ao mar, num clima de calor envolvente. A própria luz delineia o contorno dos objetos e das coisas, exaltando os motivos simples e elementares, reduzidos à síntese mais espontânea e natural, mais verdadeira e ao mesmo tempo de profundo significado.

A arte de Liane Chammas consegue se exprimir acima do relato com variações temáticas, nascidas de um íntimo recolhimento com o qual manifesta a sua medida e sua sobriedade.

Motivo de reflexão é, sem dúvida, a obra "Mensagem da arte", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, na qual a artista, através de seus barcos a vela, verdadeiros mensageiros, transmite ao mundo seus anseios transparentes de liberdade, ética e estética. Em mérito, o crítico José Henrique Fabre Rolim escreve com muita propriedade: "O fluxo pictórico de Liane se envolve na liberdade de criar, alcançando na estética o equilíbrio perfeito para a conquista da ética no seu sentido pleno, buscando um virtuosismo musical inerente nas cores, nos gestos e nos traços".



A artista



Liane Chammas nasceu em São Paulo. Iniciou sua carreira artística em 1966, pesquisando a paisagem brasileira, seus hábitos e seus modos de vida. Sua primeira apresentação foi no 1º Festival de Artes Interclubes em 1968, no Clube Monte Líbano.

De 1970 a 1973 preparou uma série de obras sob o título "Nossos mitos, nossa gente, nossa terra, nosso amor", sendo convidada a participar do 1º Leilão Oficial de Arte Moderna de São Paulo, em 1977.

Entre as inúmeras exposições de que participou, destacam-se: Galeria B75, Rio de Janeiro (1978); Grand Prix International d'Art Contemporain de Monte Carlo (1979), Museu de Chiba, Japão; Galeria Portal, São Paulo; Festival de Inverno de Campos do Jordão (1981); Mostra de Arte Contemporânea Brasil - Estados Unidos, Tampa Bay, USA (1986); XI e XII Bienal do Imigrante, Ibirapuera, São Paulo, (1987, 1988); "Espace Laser", Paris, França; Florida Southern College, USA, e Bennet Gallery, Orlando, USA (1989); ¨Pour la Paix¨, Institut du Monde Arabe, Paris, França (1991); Theodore Museu, Toronto, Canadá; Festival Internacional Osaka - Paris, França (1992); ¨La lengua viva¨; Orlando Museum of Art, USA; ¨Open house¨, Windermere, Orlando (2001).

Recebeu inúmeros prêmios no Brasil e no Exterior, tendo sido citada no "Annuaire Internacional d' Art Contemporain" de Paris, França (1980, 1985, 1986 e 1989); no "Dicionário de Arte", de Walmyr Ayalla; ¨Artes Plásticas, seus mercados e seus leilões¨, de Julio Louzada (1987); "Anuario Latinoamericano de Las Artes Plásticas" (1985).

Diversas obras integram acervos oficiais, incluindo o Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, além de acervos particulares no Brasil e no exterior; muitas foram incluídas nos cartões-postais ¨Arts et Images du Monde, Maîtres du XX Siécle - Paris, França (1992).

alesp