Governo é questionado sobre fechamento de espaços pedagógicos


29/06/2004 14:56

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) está questionando o Governo do Estado sobre a denúncia de que laboratórios e salas de aula da EE Dr. Antônio Ablas Filho serão fechados. Os espaços pedagógicos dariam lugar ao centro de capacitação de professores que atualmente funciona na EE Escolástica Rosa. A parlamentar teme que o processo dê início à completa desativação da unidade, como já aconteceu com outras escolas estaduais tradicionais de Santos.

Já no ano passado, a idéia de instalar o centro de capacitação na Ablas Filho foi ventilada, mas o governo do estado desistiu, após uma grande mobilização de pais, alunos, professores, funcionários e líderes sindicais. A denúncia de que o assunto está novamente em pauta foi apresentada à deputada Prandi pelo diretor da Afuse na Macro-região Santos, Marcelo Matos. A Afuse é o Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação e já desencadeou mobilização para barrar a iniciativa.

Escola ou cadeia

"O fechamento das primeiras salas e laboratórios pode ser o início da desativação completa da escola, como aconteceu com o Cesário Bastos e o Escolástica Rosa", diz Prandi. "Escola não é para ser fechada, e sim para ser aberta em número cada vez maior, com qualidade de ensino. Governo que não oferece escola tem que construir cadeia".

Por meio de ofícios, Prandi está pedindo explicações ao secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, e à dirigente regional de Ensino, Maria Lúcia Ferreira dos Santos Almeida. A deputada também levará o assunto para discussão na Comissão Permanente de Educação da Assembléia Legislativa, da qual faz parte.

Mais de 700 alunos estudam no Ablas Filho. "Novamente, a Delegacia Regional de Ensino tenta empurrar a decisão goela abaixo, de forma totalmente autoritária, sem nenhuma discussão com a comunidade escolar", ressalta a deputada Prandi.

Ainda segundo a parlamentar, é inaceitável que o Governo do Estado venha a apresentar novamente o argumento de que a escola apresenta baixa demanda. "Os mais de 700 alunos são suficientes para comprovar a necessidade da escola. Além do mais, se existisse baixa demanda, deveriam ser avaliados os porquês e realizado um trabalho para reverter a tendência", acrescenta Maria Lúcia.

Esvaziamento

Segundo a denúncia apresentada pela Afuse, deverão ser desativados um laboratório de física, uma sala de informática e duas salas de reforço escolar. O "pacote" poderá ainda incluir a sala de professores e a sala de coordenação. Em 2005, duas outras salas de aula poderão ser fechadas.

Ainda segundo o diretor Marcelo Matos, a EE Escolática Rosa já possui uma estrutura especificamente montada para funcionamento do centro de capacitação, o que não justificaria a desativação de espaços no Ablas Filho e o investimento de R$ 15 mil em obras.

mlprandi@al.sp.gov.br

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