Pacientes de câncer ginecológico esperam mais de seis meses por cirurgia


01/07/2004 16:35

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Da assessoria do deputado Fausto Figueira

Pacientes portadoras de qualquer tipo de câncer ginecológico, em Santos, estão tendo as suas cirurgias marcadas para depois de janeiro de 2005, com graves conseqüências para o tratamento e reduzindo as possibilidades de cura. A denúncia foi feita pelo deputado Fausto Figueira e pela vereadora santista Cassandra Maroni Nunes, ambos do PT, em representação ao Ministério Público Estadual, na qual pedem a apuração das responsabilidades das autoridades de Saúde do município e do Estado.

"Não tem sentido fazer campanhas para diagnóstico precoce, se as cirurgias não são realizadas em tempo hábil. Estão brincando com a vida das pessoas. Um câncer, em sua fase inicial, pode ser curado com cirurgia. Este mesmo câncer, passados seis meses, pode perder a possibilidade de cura. Muda o prognóstico", afirma Figueira.

Para a vereadora Cassandra, a administração da saúde de Santos é ineficiente: "O sistema de saúde de Santos, que já foi uma pérola, hoje se tornou um lodo. Ontem o Pronto Socorro Central paralisou seus atendimentos no período da tarde por falta de médicos. Isso, junto com a denúncia feita por meio da representação, compõe um triste quadro que requer mudanças profundas do gerenciamento do setor na cidade".

Os parlamentares apuraram que no Hospital Silvério Fontes, da Prefeitura de Santos, foram adiadas todas as cirurgias eletivas que deveriam acontecer em junho, por falta de anestesistas. Figueira disse ter tido acesso ao memorando 196/2004, assinado pelo diretor do hospital, Marco Sérgio Duab, em que é relatada a necessidade de cinco anestesistas.

Segundo os petistas, também no Hospital Guilherme Álvaro, subordinado à Secretaria estadual de Saúde, as cirurgias de câncer ginecológico, exceto as de mama, estão sendo agendadas para janeiro de 2005.

No documento enviado à promotoria, os parlamentares afirmam que "é inaceitável que o sistema público de saúde obrigue essas mulheres a perambular em busca do direito ao tratamento e coloque em risco as suas vidas, tudo porque questões dessa gravidade são tratadas de maneira burocrática por seus responsáveis".

ffigueira@al.sp.gov.br

alesp