POR QUE ALCKMIN ESTÁ EM ASCENSÃO? - OPINIÃO

Duarte Nogueira*
05/07/2001 10:55

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A pergunta decorre principalmente da divulgação da pesquisa Datafolha sobre a sucessão em São Paulo. O governador Geraldo Alckmin aparece em segundo nas intenções de voto, com 19%. O ex-prefeito Paulo Maluf ainda lidera, mas o desempenho do governador faz despertar um aspecto importante: Alckmin está à frente do governo há menos de quatro meses, é o herdeiro natural do modo austero de administrar de Mário Covas e tem, ainda, muito para mostrar.

E por que a aceitação do paulista ao nome e ao governo Alckmin? Talvez seja o fato de o governador administrar de verdade. Ao invés de lançar factóides para sobreviver na mídia e criar a ilusão de que trabalha, o governador não tem medo do batente e honra o compromisso que assumiu com os paulistas.

Deu continuidade ao projeto para São Paulo, idealizado pelo governador Covas, que se sustenta sobre três bases: ética, equilíbrio fiscal e investimentos no social. E a atenção ao social vem de programas como o Banco do Povo, que já tem 101 agências em funcionamento em todo o Estado e emprestou R$ 18,5 milhões a pequenos e micro-empresários, gerando emprego e renda.

Como o programa Profissão, que está dando a oportunidade a 50 mil jovens do Ensino Médio da rede estadual, que não podem cursar uma faculdade, mas precisam de uma qualificação para entrar no mercado de trabalho.

Como o aumento do bolsa-salário da Frente de Trabalho Emergencial na Grande São Paulo, de R$ 160 para R$ 190, além do vale-transporte. O projeto deve ser votado e aprovado esta semana pela Assembléia, convocada em caráter extraordinário, dada a importância e a urgência da medida.

O governo Alckmin é audacioso. Enfrentou as 29 rebeliões simultâneas sem ceder um milímetro ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi além. Anunciou a desativação do Complexo Carandiru, coisa que nenhum outro governo teve a coragem de fazer, e iniciou a construção de 11 penitenciárias, cada uma gerando 200 empregos diretos, contribuindo para incrementar a economia das cidades.

Nomeou 180 delegados e 800 investigadores e irá criar 4.000 vagas de guardas de muralha, projeto que também está sendo discutido em caráter extraordinário e que será, com certeza, aprovado nesta semana. Essa medida vai permitir que 4.000 policiais militares, que hoje atuam como guardas de muralha de presídios, voltem às ruas para o policiamento preventivo.

O governador tem compromisso com a educação. Prova disso é o programa de formação universitária para os professores da rede que não têm formação superior e a concessão de um abono salarial aos docentes que variou de R$ 500 a R$ 3.000, baseado em critérios como assiduidade e freqüência.

Essas são as prováveis explicações para a ascensão do governador Alckmin, que, ainda fora da campanha e sem esbanjar recursos para a publicidade de suas ações, tem o respeito e a credibilidade dos paulistas. Alckmin ainda tem 17 meses pela frente, tempo em que vão surgir outros porquês para o título desse artigo.

* Duarte Nogueira é líder do governo na Assembléia Legislativa, vice-presidente do PSDB de São Paulo, foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas (95/96)

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