Comissão promove debate sobre política de cotas e exclusão educacional


26/09/2005 16:06

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A Comissão de Educação da Assembléia Legislativa coloca em pauta nesta terça-feira, 27/9, a política de reserva de vagas no ensino superior para alunos de escolas públicas, afrodescendentes e indígenas. Sob a coordenação da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que preside a comissão, o debate acontecerá a partir de 14h30, no auditório Franco Montoro. Participam do evento representantes das universidades públicas paulistas " USP, Unesp e Unicamp ", organismos como a Educafro e outras entidades da área de educação.

Prandi lembra que a exclusão educacional de afrodescendentes e indígenas é uma das maiores razões para que ocupem as piores posições em qualidade de vida no Brasil. "Apenas 2,5% dos universitários brasileiros são negros. A maioria dos empregos que pode garantir uma vida digna exige 11 anos de escolaridade ou mais. Os negros, em sua maioria, estão fora desse quadro", ela observa. O apoio da deputada se estende à reserva de vagas para os indígenas. "Atualmente, 100% dos nossos índios estudam em escolas municipais ou estaduais", ressalta.

Para a parlamentar, enquanto não se atinge a meta de melhorar a qualidade do ensino na rede pública, é preciso combater as injustiças. "Os candidatos vindos das escolas públicas não têm assegurada a igualdade constitucional que o Estado deveria proporcionar. Portanto, a reserva de vagas é um avanço em relação à situação atual".

Atualmente, existem legislações estabelecendo cotas para portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho e para mulheres nas instâncias político-partidárias, sem que esses assuntos provoquem celeuma. "Até que ponto as reações contrárias às cotas para negros e indígenas não representam manifestações, ainda que inconscientes, do racismo não declarado em nossa sociedade?", questiona Maria Lúcia Prandi.



mlprandi@al.sp.gov.br

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