A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa de São Paulo deverá se reunir nesta quinta-feira, 16/8, com uma comissão representativa dos funcionários da Casa, em campanha salarial desde o mês de abril passado. Na reunião, prevista para as 17h, será discutida a pauta de reivindicações da categoria, que inclui 35,70% de reposição salarial, aumento real de 5% e vales-refeição de R$ 8,50. Nesta quarta-feira, 15/8, em assembléia geral organizada pela Associação dos Funcionários da Assembléia Legislativa de São Paulo (Afalesp) e pelo sindicato da categoria (Sindalesp), os servidores reafirmaram sua oposição à política de concessões de abonos e firmaram posição em defesa da extensão do reajuste a todos os funcionários da ativa, aposentados e pensionistas. De acordo com a avaliação dos organizadores, a assembléia, que reuniu cerca de 200 pessoas, foi a mais participativa desde o início do movimento.Segundo o presidente do Sindalesp, Joalve Vasconcelos, a categoria não descarta a possibilidade de paralisação, caso as negociações não cheguem a um resultado satisfatório. "Embora reconheçamos as implicações ligadas à natureza eminentemente política desta Casa, estamos dispostos a encampar todas as formas possíveis de luta", afirmou Vasconcelos. Para José Carlos Gonçalves, presidente da Afalesp, o fato de, pela primeira vez, a campanha estar sendo conduzida em conjunto pelas duas entidades constitui um importante fator a favor dos servidores: "Por conta dessa integração, o envolvimento dos funcionários na campanha tem superado todas as expectativas".Como suporte legal para suas reivindicações, as entidades apresentam o artigo 37 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa o limite de 3% da receita líquida para despesas com pessoal. Conforme estudos feitos pela Câmara dos Deputados, a Assembléia Legislativa de São Paulo consumiu para esse fim apenas 1,12% de sua receita no ano passado. Para João Bosco da Silva, membro da diretoria do Sindalesp, esses dados traçam um diferencial entre a situação dos funcionários do Poder Executivo e os Servidores do Legislativo: "O Executivo, com cerca de 800 mil servidores, já está no limite da lei, enquanto nós, que somos apenas 3.000, nos encontramos muito abaixo do teto estabelecido".O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Walter Feldman (PSDB) elogiou o modo como a campanha salarial está sendo conduzida e afirmou a disposição da Mesa de chegar a um acordo possível. "Creio que, tanto para nós quanto para os funcionários, o importante é a salvaguarda do interesse público", declarou Feldman.