O cromatismo de Caio Franco permite saborear sensações provenientes de atmosferas palpitantes

Emanuel von Lauenstein Massarani
15/04/2003 14:59

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Caio Franco é um artista que fez com que sua pintura aderisse a uma nova dimensão humana. Seu mérito está em transportar seu discurso além da retórica efusiva e das ocasionais amostragens abstratas até uma abertura dialética do espaço assumindo assim uma linguagem responsável.

O artista consegue um certo equilíbrio entre ciência e poesia, com vantagem para essa última. Ele alinha sua linguagem sobre posições sempre novas por uma contínua necessidade de esclarecimento conceitual, onde a raiz de um fenômeno pode estar presente em diversos períodos.

Trata-se de um discurso difícil, que elabora com paixão e sobre o limiar de deduções lógicas ou científicas. O que é a matéria e qual a função de uma cadeira ou de uma "natureza morta", quando milênios de "experiência" nos ensinaram a vê-las estaticamente?

Deixando de lado a equação tempo-espaço, que em sua pintura se apresenta como o contar de uma história, o que representam todas as coisas que se projetaram no cosmo, o chamado novo "habitat"?

Se em sua obras o tema conceitual comunica uma certa inquietação, que não é fantasma mas a alienação total do passado, a cor é incontestavelmente o seu ponto dominador.

O autor declina sobre a tela toda a gama das tonalidades cromáticas, elaborando, com bom gosto, seus espaços abstratos. O seu cromatismo se difunde em graduações fundamentais e vibrantes onde os espaços calibram os plenos e os vazios volumétricos aumentando a profundidade de uma prospectiva construída pela espátula e pelo pincel, que criando uma trama em relevo confere corpo e delimita o tema do quadro.

Através da obra Cosmo Visão, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o artista permite ao observador saborear sensações ditadas por suas cores e filtradas de atmosferas palpitantes, ricas de sinfonias cromáticas que parecem narrar a história da Universo.

O Artista

Caio Franco nasceu em São Paulo, no ano de 1956. Formou-se em Comunicação com especialização em Publicidade e Propaganda pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) em 1980 e pós Graduação em História da Arte na FAAP em (1999) em São Paulo.

Participou de inúmeros cursos de arte, destacando-se entre eles: Gravura em metal com a professora Arriet Chahin no MAM em São Paulo (1987); Ateliê de pintura com Vera Rodrigues, (1990); Realizou curso de especialização em História da Arte na FAAP com a professora Mariela Kantor (1991); Ateliê de pintura com Sérgio Fingermamn, Ubirajara Ribeiro e Vera Rodrigues (1992/1993); Ateliê de pintura com Paulo Pasta(1994); Curso de formação em História da Arte com o professor Rodrigo Neves (1995); Ateliê de pintura e monotipia, com Dudu Maia Rosa (1998) Ateliê de Desenho no MAM com Dudu Maia Rosa (2001).

Participou ainda de diversas exposições de arte e suas obras se encontram em

coleções particulares e oficiais, entre elas na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp