"Governo tenta terceirizar laboratório do HSPE", diz deputado


16/04/2007 11:19

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Funcionários do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) iniciaram na quinta-feira passada, 12/4, vigília contra a terceirização do laboratório do Hospital do Servidor Público Estadual(HSPE). Eles ocuparam a unidade para resistir contra a medida do governo estadual, que consideram arbitrária. O HSPE faz parte do Iamspe, que é mantido com a contribuição do funcionalismo estadual.

Os trabalhadores da saúde estranham o fato de o projeto do governo terceirizar somente os exames de menor valor, enquanto os de alta complexidade continuam sendo realizados no hospital. Além disso, a empresa que seria encarregada é a mesma que vem monopolizando os serviços de laboratórios de outros hospitais públicos estaduais, como os do Mandaqui, Vila Nova Cachoeirinha e Penteado.

O deputado Roberto Felício (PT) esteve no HSPE na noite de quinta-feira para prestar solidariedade e se incorporar ao movimento contra a terceirização do laboratório. Autor da proposta de criação das frentes parlamentares em defesa dos servidores públicos e em defesa do Iamspe, o parlamentar relatou aos funcionários a luta da bancada do PT na Assembléia Legislativa contra a política privatista do governo tucano, citando exemplos como o do Banco Nossa Caixa e do Metrô. "A terceirização de serviços do laboratório é uma medida insana, que pode causar sérios danos à saúde dos usuários", destacou Felício.

A médica Adriana Bortolai, do setor de citogenética do HSPE, disse que atualmente a coleta de amostras para exames laboratoriais é controlada no hospital e o resultado sai em até 24 horas, em casos de maior complexidade. Se as amostras forem levadas para outros laboratórios, "não há como garantir que os resultados sejam confiáveis", afirmou. A médica explicou que a temperatura inadequada, o movimento no transporte e até o tempo de realização das análises podem interferir no resultado. "O usuário poderá ter sua saúde seriamente afetada se as amostras forem comprometidas", advertiu.

Também acompanharam a vigília no laboratório do HSPE o presidente do SindSaúde, Benedito Augusto de Oliveira, e demais membros da diretoria, Otelo Chino Jr., do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo, Roberto Guido Pereira, da diretoria da Apeoesp, e outros dirigentes de entidades ligadas à saúde pública.

Em novembro de 2006, os funcionários do HSPE já haviam paralisado as atividades e conseguiram evitar a terceirização do setor de raios X e a contratação de profissionais, como médicos e auxiliares, por uma empresa terceirizada de limpeza.

rfelicio@al.sp.gov.br

alesp