O cooperativismo tem sotaque paulista

OPINIÃO - Arnaldo Jardim*
23/01/2004 14:19

Compartilhar:


São Paulo está diante de um grande desafio: estimular a geração de milhões de empregos. Para tanto, o cooperativismo torna-se um instrumento estratégico, capaz de inserir e integrar o cooperado no mercado de trabalho. Também desenvolve a cultura de solidariedade, uma vez que a ajuda mútua é a marca desse sistema. Enfim, o cooperativismo é uma alavanca ao desenvolvimento econômico e social do país.

E o cooperativismo vive um grande momento em terras paulistas. Em 2003, a Ocesp - Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo contou com a entrada de 108 novas associadas, ou seja, um aumento de 56% em relação a 2002. Ao todo, são 1025 cooperativas registradas. Esse impulso vai se ampliar com o relançamento da Frente Parlamentar do Cooperativismo Paulista, a Frencoop-SP, na Assembléia Legislativa, em 12 de fevereiro, da qual terei a honra de ser coordenador.

Com o propósito de promover um relacionamento harmonioso entre a Assembléia Legislativa e o sistema cooperativo, os parlamentares ligados à Frencoop-SP - são 12, por enquanto - pretendem traçar, num primeiro momento, um panorama atualizado do setor, ouvindo entidades, cooperados, Poder Público, líderes comunitários, empresários, sociólogos e demais envolvidos. Em seguida, apresentarão propostas para a valorização e fortalecimento das entidades cooperadas, a criação de novas frentes de trabalho e a integração social.

Nosso sonho é que todos os 94 deputados apoiem a Frencoop/SP, organização apartidária que tem por missão oferecer um atendimento melhorado ao cooperativismo, trabalhando no aperfeiçoamento e na implementação de uma legislação que promova o seu desenvolvimento.

A Frencoop/SP deverá orientar suas atividades no sentido de incentivar e desburocratizar o cooperativismo, bem como abrir espaço para apoio creditício e benefícios tributários ao setor. Além disso, a frente terá representação em todos os dez ramos de atividades cooperativistas, para permitir atuações específicas em cada setor.

Mas a Frencoop não estará sozinha nesta missão - teremos uma relação propositiva com a Ocesp, entidade que coordena o cooperativismo em São Paulo. Nas questões de âmbito federal, como a de excluir da base de cálculo do PIS/Cofins o ato cooperativo, a frente paulista deverá dar seu apoio à Frencoop Nacional. A Frencoop também pretende dar um exemplo a ser seguido pelos demais estados. Da mesma forma, pretende estimular e apoiar a formação de Frencoops municipais.

Estamos numa fase bem adiantada, com muitas idéias estruturadas neste sentido, pois, a exemplo do mutirão estabelecido pela CDHU, não podemos desprezar a participação das cooperativas habitacionais no combate ao déficit habitacional, nem ignorar a geração de novos negócios e oportunidades para as cooperativas.

Dessa forma, buscamos reduzir o descompasso entre a força real, econômica e social do cooperativismo hoje e a força política que esse sistema merece.

*Arnaldo Jardim é engenheiro civil, líder do PPS na Assembléia e coordenador da Frente Parlamentar do Cooperativismo Paulista (Frencoop-SP)

alesp