Cadeia "desativada" em Praia Grande tem superlotação


06/07/2005 16:11

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"Qual a manchete do jornal A Tribuna de hoje? Cadeia desativada tem superlotação. Ora! Como pode uma cadeia da cidade de Praia Grande, que foi solenemente desativada pelo governador numa grande festa, com derrubada de grade e até banda de música, ter superlotação?", perguntou, com ironia, o deputado Fausto Figueira (PT), da tribuna da Assembléia Legislativa na tarde de terça-feira, 5/7.

Exibindo a página do jornal que contém a reportagem ilustrada com uma foto na qual são mostrados vários presos espremidos junto a uma grade, Fausto lembrou que o governador Geraldo Alckmin esteve em Praia Grande para anunciar a reforma da cadeia.

De acordo com o jornal santista, a delegacia-sede de Praia Grande foi desativada em 14/4, e há uma medida liminar que impede o recebimento de presos até que seja feita uma reforma no local. Apesar disso, a cadeia abriga atualmente 40 detentos e nove menores, estes de forma irregular. "Ele desativou a cadeia em abril, mas ela continuou superlotada. Por isso, a Justiça poderá multar o governo do estado em R$ 30 mil por dia."

Em uma das celas com capacidade para seis detentos, conta com 37 homens. Em outra, com as mesmas características, estão os nove menores infratores. A situação atual revoltou as autoridades judiciárias locais. O local conhecido como "seguro", usado para guardar presos com risco de vida, está sendo ocupado para o confinamento de outros três detentos adultos que têm doenças graves.

Com a "desativação" feita pelo governador, a unidade que se encontrava bastante deteriorada está quase toda desmontada, conforme denuncia o jornal, revelando também que o clima entre os presos é de tensão, devido às péssimas condições das celas. Só entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado últimos, os detentos ensaiaram duas rebeliões.



ffigueira@al.sp.gov.br

alesp