Palestina: o legítimo direito de um povo à liberdade Palestina: o legítimo direito de um povo à liberdade (Opinião)

*Salvador Khuriyeh
27/07/2001 17:50

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Cidade sagrada para muçulmanos, cristãos e judeus, Jerusalém é símbolo da resistência dos palestinos contra a opressão israelense. Nela sucedem-se fatos que agridem a humanidade, tamanha a violência com que o governo de Israel trata o povo palestino, fato que tornou-se corriqueiro também nos territórios ocupados da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Sul do Líbano.

A despeito de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), que obrigam Israel a desocupar terras palestinas e parar a criminosa prática dos assentamentos de colonos judeus, os palestinos continuam sendo tratados com desrespeito e brutal violência. O governo do Likud, coalizão conservadora que forma o governo israelense, já não faz questão de esconder seus crimes, bombardeando aldeias palestinas, desabrigando famílias e matando seus moradores indefesos, inclusive crianças, totalizando, até o momento, mais de 800 vítimas, numa carnificina que horroriza o mundo.

A Intifada Palestina tornou-se um recurso legítimo, um levante dessa oprimida nação contra o poder econômico e militar de um país cego aos mais primários direitos do ser humano, e que conta com apoio nocivo de boa parte da mídia, controlada por membros ou simpatizantes do sionismo internacional. Diferentemente do judaísmo, que prega conceitos e a religião de um povo, algo que é legítimo, o sionismo prega a supremacia judaica sobre a região palestina, inclusive através do poder bélico, prática efetivada desde a posse do primeiro-ministro Ariel Sharon, que aliás deu origem à revolta popular palestina, ao ofender, com sua presença indigna, territórios sagrados para os muçulmanos.

Assim como as grandes potências encamparam a criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial, teriam atualmente a obrigação de defender o direito do povo palestino de existir como Nação, tendo autonomia sobre seus destinos e encampando o sonho libertário de um País forte, soberano e digno para as milhares de famílias palestinas, tão cansadas das injustiça que sofrem de todos os lados. Entretanto, os países desenvolvidos, senhores da política mundial, fecham os olhos para o massacre na Palestina, limitando-se a sugerir que Israel e a Autoridade Nacional da Palestina continuem o diálogo. Insistem em não enxergar Israel como o grande culpado pela escalada de violência, dando até mesmo apoio financeiro e de armamentos para estrangular a economia e a organização social palestina, aprofundando o desemprego, a fome e a miséria, outras formas utilizadas por Israel em sua política de extermínio.

Oxalá a espiritualidade que emana de Jerusalém, local de união das três religiões monoteístas, possa um dia levar a humanidade a indignar-se com a situação imposta aos palestinos e apoiar o legítimo direito desse povo em exaltar sua nacionalidade, exemplificada na criação do Estado da Palestina.

Salvador Khuriyeh é deputado estadual pelo PSB e ex-prefeito de Taubaté (1989-1992)

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