Mercado de capitais pode ser parceiro, afirma analista financeiro

Seminário sobre energia
01/10/2007 19:22

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O setor elétrico vem passando por importantes mudanças desde a crise de abastecimento em 2001/2002, com o fortalecimento das empresas e a criação de um cenário macroeconômico atraente para investidores. A avaliação foi feita por Eduardo Hayama, analista do banco UBS Pactual, na conferência "Aspectos econômicos do uso do bagaço de cana na co-geração de energia".

Segundo Hayama, o setor financeiro não prevê problemas com energia em 2008/2009; a partir de 2010/2011, a aceleração de preços tende a ser mais forte, mas não se vislumbra a hipótese de racionamento.

"Dentre todas as fontes, a biomassa pode ser uma das mais competitivas", ele avaliou. O analista destacou que o bagaço de cana se beneficia da sazonalidade, com a produção agrícola surgindo no período de maio a setembro/outubro, em que a seca pode interferir na produção hidrelétrica.

Outra vantagem da biomassa é o curto prazo de construção de usinas. No setor hidrelétrico, por outro lado, estudos que estão sendo elaborados agora só resultarão na entrega de usinas em 2013/2014, apontou o representante do Pactual.

O investimento adicional que agrega valor às usinas de cana e a valorização do próprio setor são outros aspectos em que o bagaço apresenta vantagem, na avaliação de Hayama. Por outro lado, alguns desafios se apresentam, segundo o analista: conexão com a rede de transmissão e distribuição, a necessidade de estabilidade nas regras dos leilões de energia e a criação de um mercado secundário para facilitar a venda de sobras.

Na análise de Hayama, benefícios e desafios oferecem, no momento, um quadro propício ao uso de resíduos da cana como fonte energética. "O mercado de capitais está maduro para ser parceiro em novos projetos de co-geração de energia", ele concluiu.

alesp