Geraldo Soller, o cronista

Opinião
04/10/2007 19:59

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Geraldo Soller está chegando aos 80 anos, mas ainda mantém uma cabeça íntegra, um humor fino e contundente, e acima de tudo, uma verve de poeta adolescente, que enche os olhos e faz sorrir.

Só nas aparências Geraldo é conservador: ainda mora no mais antigo bairro de Prudente, a Vila Marcondes. Apoiado em sua bengala, e desprezando com solenidade o computador, em favor de uma vetusta máquina de escrever, este lépido jornalista informa e distrai os leitores há mais de 60 anos.

Prudente recebeu a família de Geraldo Soller, então com seis anos de idade, no ano de 1937. Menino traquinas, ao que se depreende, foi intimado pelos pais a arranjar trabalho. Lá se foi, para o Jornal do Povo, para lubrificar as máquinas e lavar os sanitários.

Aprendeu, no jornal, a compor as linhas cheias " naquela época, o processo era tipográfico " e um ano depois foi levado para O Imparcial, pelo fundador, Heitor Graça. Duas das grandes paixões do jovem Geraldo combinaram-se para dele fazer o formidável cronista de hoje: o Palmeiras, seu clube de coração, e o Imparcial, casa que abriga os seus artigos e crônicas há mais de 50 anos.

Sua primeira crônica teve por estrela o "verdão" e foi publicada no "seu" jornal.

Mas não bastava escrever. Era necessário falar e Geraldo atuou nas rádios Difusora, Comercial e Presidente Prudente.

Seus três livros foram publicados em meio ao aplauso e a admiração dos amigos e leitores.

Prudente completou, a 14 de setembro, 90 anos de idade, e a secretaria de Cultura lançou o livro "Prudente 90 anos," que reuniu obras dos principais autores da cidade.

Geraldo Soller compareceu com o seu magnífico "Moleque de 37," que enfeitou as páginas do livro e provou que a cultura está forte e presente no nosso município, que respeita as tradições mas saúda a modernidade.

Parabéns, Geraldo, parabéns, Prudente!

*Ed Thomas é deputado estadual pelo PMDB

alesp