Ary de Queiroz Barros fixa com fidelidade os traços psicológicos de seus retratados

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
16/09/2008 14:29

Compartilhar:


A arte de Ary de Queiroz Barros é ancorada na temática figurativa, entendida a recriar o real sobre o plano de uma poesia pura e linear. Suas obras revelam de imediato um excelente sentido do desenho, uma clara visão dos componentes técnicos e interpretativos, uma lógica e uma coerência de imaginação e de realização.

Através de uma paleta sensível, recriando atmosferas apropriadas o artista revela seu intimo. Se ao criar seus retratos Ary de Queiroz Barros se mantém fiel à tradição do verismo e da perfeição, ao olhar suas obras os espectador não medita, mas admira. Elas constituem um excelente testemunho de como era interpretado em outros tempos o trabalho pictórico.

Ao retratar, o pintor segue religiosamente aquela tradição pictórica de largo respiro, que tudo resgata e reduz aos seus valores reais, paralelamente a uma plena autonomia poética.

As figuras humanas e, em particular, os retratos são caracterizadas por uma linguagem cromática e estrutural de tons coerentes, cuja harmonia e musicalidade do conjunto contribuem a dar beleza e leveza às imagens.

Desenhista de rara inteligência e sensibilidade, sua notoriedade se deve sobretudo aos seus retratos de artistas, arquitetos e homens públicos, marcados por uma característica que une o passado com a modernidade. Seus dotes de captação psicológica são demonstrados nesses retratos onde seu espírito, respeitoso da personalidade do personagem retratado, fixa os traços com admirável firmeza sem ofuscar as palpitações da vida.

Amante da liberdade de criação e profundo conhecedor de uma estética pura, na obra Carnelosso pintando, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, e no quadro Natureza morta com morangas, Prêmio Aquisição da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo no 51° Salão Paulista de Belas Artes, o realismo de Ary de Queiroz Barros se insere através de uma mágica intuição.



O artista



Ary Q. Barros, pseudônimo artístico de Ary de Queiroz Barros nasceu em São Paulo no ano de 1926. Desde a adolescência mantém contacto com a pintura por intermédio de seu pai Alvaro de Mello Barros, pintor e fundador da Associação Paulista de Belas Artes, conhecendo então, em família, pintores que se tornariam astros de primeira grandeza como Arlindo Castellane e Angelo Simeone.

Formou-se arquiteto pela Universidade Mackenzie profissão que exerceu durante 32 anos, após o que passou a dedicar-se principalmente à pintura. Sua primeira mostra, data de 1951, ao participar da I Exposição de Artes Plásticas do Diretório Acadêmico de Arquitetura Mackenzie.

Participou das inúmeras exposições individuais e coletivas, destavando-se entre elas: II Mostra de Artes Plásticas do DAFAM (1952); "Jovens arquitetos do Brasil", Instituto de Arquitetos do Brasil (1954); "Arquitetos Pintores", Instituto de Arquitetos do Brasil (1958); XXI Salão de Artes Plásticas do Embu, SP; XVI Salão da Primavera, Associação Paulista de Belas Artes, SP; (1985); 48°, 49°, 50°, 51° e 54° Salão Paulista de Belas Artes, SP (1985, 1986, 1988, 2000 e 2003); III e IV Salão Acadêmico de Belas Artes de Campinas, SP (1986 e 1988); "Um arquiteto pinta os arquitetos", Galeria das Artes, SP (1986); IV Salão Poços Caldense de Belas Artes, MG; II Salão de Artes Plásticas de Avaré, SP; XXI Salão Ararense de Belas Artes, SP (1988); "70 Artistas no Paço das Artes", Paço das Artes, SP (1990); "Talentos do CAP-91", promovido pelo Clube Atlético Paulistano, SP (1991); 11°, 12°, 13°, 14°, 20° e 21° Mostra de Artistas Contemporâneo, Sociarte, Clube Atlético Monte Líbano, SP (1992, 1993, 1994, 1995, 2002 e 2003); Club Athlético Paulistano, SP (1996); Salão "Talentos do CAP", Club Athlético Paulistano, SP; III Salão da Paisagem Brasileira, Associação Paulista de Belas Artes, SP (1997); XIII Salão de Artes Plásticas "Francisco Cimino" de Amparo, SP (1999); Salão Comemorativo dos 60 Anos da Associação Paulista de Belas Artes, SP (2002).

Especialista em retratar figuras humanas, pintou até a presente data, nada menos que 144 retratos de personalidades do mundo político, empresarial e artístico. Ao longo de sua vida artística recebeu inúmeras honrarias entre medalhas de ouro, prata e bronze. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares e oficiais como os dos Acervos do Palácio dos Bandeirantes e Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp