Opinião - A luta continua


14/09/2011 18:46

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A indústria têxtil e de confecção passou por um de seus períodos mais difíceis no primeiro semestre deste ano, com uma queda média de 12% na produção, depois de um ano de consumo aquecido como foi 2010. Com as medidas adotadas pelo governo, há projeções de recuperação para o segundo semestre, mas há muito a ser discutido e conquistado. Objetivando o fortalecimento do setor, segundo maior gerador de empregos do país, fizemos o relançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecção do Estado de São Paulo.

Durante solenidade na Assembleia Legislativa, com a presença de entidades representativas, trabalhadores e autoridades, ficou evidente a necessidade de mantermos a união de forças para o encaminhamento das reivindicações da cadeia têxtil. Desde 2007 temos nos mobilizado, trabalho que já garantiu vitórias importantes, como a redução da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% para 7%, durante a gestão do então governador José Serra, no ano de 2010, e a prorrogação desse decreto até dezembro de 2012, com o governador Geraldo Alckmin.

Esse é um exemplo real do resultado das nossas ações, desenvolvidas em conjunto com as entidades e trabalhadores, apresentando propostas sérias e coerentes. Vamos continuar atuando junto aos órgãos competentes do governo, apresentando as demandas do setor. O Estado de São Paulo é um grande produtor têxtil, mas infelizmente vem perdendo força devido à entrada desenfreada dos importados e da guerra fiscal entre os Estados. Também é um dos mais atingidos com a desvalorização do dólar.

De acordo com sindicatos patronais, atualmente o setor emprega mais de 1,7 milhão de trabalhadores em mais de 30 mil empresas espalhadas por todo o Brasil. No entanto, somente no primeiro semestre deste ano, a entrada de roupas feitas no exterior aumentou 60% e cerca de mil funcionários já foram demitidos.

Não queremos ver esse quadro se repetir. Para isso continuaremos trabalhando intensamente para melhorar as condições de competitividade de nossa indústria, criar condições isonômicas diante dos produtos importados e, consequentemente, a geração de novos postos de trabalho. A Frente Parlamentar está engajada e ativa na luta pelos interesses do setor têxtil e de confecções e dos nossos trabalhadores.

Também damos total apoio à fiscalização contra o trabalho escravo. Empresas fabricantes de roupas são alvo de investigações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo devido às condições degradantes em que funcionários estavam trabalhando. Não podemos admitir que casos como esse ainda existam em nosso Estado e país. Todo trabalhador deve ter condições dignas para exercer suas atividades. As denúncias devem ser apuradas com todo o rigor e deve ser mantida a fiscalização pelos órgãos responsáveis para o combate ao trabalho escravo.



*Chico Sardelli é deputado estadual pelo PV e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecção

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