A arte da política pressupõe negociação e entendimento. Mas, infelizmente, alguns setores de determinadas tendências políticas ainda acreditam que é possível manipular a opinião pública através de artigos e discursos.Quem conhece a minha trajetória política sabe do meu apreço pelo diálogo e pelo respeito. Conhece meu esforço e minha disposição para tentar resolver conflitos da maneira mais harmoniosa e tranqüila possível.Todos os 94 deputados desta Assembléia Legislativa sabem que para se instalar uma CPI, se não houver acordo de lideranças, são necessárias 24 horas de discussão em plenário. Para escolher cinco entre os inúmeros pedidos de CPIs protocolados seriam necessários alguns meses de discussão. A Assembléia Legislativa não faria outra coisa a não ser discutir instalação de CPIs. Por esse motivo tenho proposto, desde que assumi a presidência da Assembléia Legislativa, em março passado, a mudança do regimento interno da Casa. O regimento, produzido numa época em que o Brasil vivia sob a ditadura militar, dificulta e emperra os trabalhos na medida em que exige horas e mais horas para se derrubar um simples veto.E quem mais se opõe a mudança do regimento? É justamente a bancada da oposição a qual pertence o deputado Cândido Vaccarezza, que veio a este espaço para me acusar de truculento e desrespeitoso. Ao me atacar, o deputado comete uma indelicadeza e demonstra pouca educação política ao se referir a um colega deputado que foi eleito presidente por unanimidade dos votos da Casa. Além disso, seu artigo intitulado "Direito de votar CPI" (no ar na Agência de Notícias - 22/09/2003 18:35:48) traz inverdades. O deputado se equivoca até quando cita o número de pedidos de CPIs. Diz que existem 53 pedidos, quando, na verdade, foram devidamente protocolados e publicados 29. O que mais incomoda, no entanto, a nós que apreciamos a democracia, é esse esforço para desqualificar quem pensa de forma diferente ou pertence a um outro grupo político.*Sidney Beraldo é deputado estadual pelo PSDB e presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo