Projeto proíbe utilização de cola de sapateiro em SP

Cronograma prevê eliminação gradativa do produto
17/08/2001 14:00

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Tramita na Assembléia Legislativa de São Paulo projeto apresentado pelo deputado Duarte Nogueira (PSDB), que proíbe a venda e utilização em todo o Estado da cola sintética, ou cola de sapateiro, como é conhecida, e prevê a substituição do adesivo produzido com solvente pela cola à base de água.

Pesquisas desenvolvidas entre jovens da capital demonstram que o uso da cola de sapateiro, mais barata e de compra fácil, abre caminho para o uso do crack. Um levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), feito em 1999, constatou que, entre as drogas mais consumidas, figura a maconha em primeiro lugar (41%), seguida pela cocaína (21%) e pelos solventes, como a cola de sapateiro (14%).

Estudo do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua de São Paulo, realizado com a população da Febem, apontou que 40% dos internos estavam sob o efeito de cola ou crack quando cometeram a infração pela qual estão recolhidos.

Quando inalada, a cola causa excitação, letargia e vômito, compromete a produção das células sanguíneas e reduz a imunidade do organismo, favorecendo infecções oportunistas. A intoxicação pode levar a queda de pressão, convulsões, inconsciência, coma e morte. Os efeitos sobre o meio ambiente também são preocupantes, dada a volatilidade dos solventes

Com o intuito de reduzir esses danos, o projeto pretende estabelecer um cronograma para que a cola de sapateiro seja eliminada gradativamente das linhas de produção da indústria calçadista e de todos os setores que a utilizam. O calendário será definido pelas indústrias, pelos trabalhadores e pelas secretarias estaduais envolvidas.

(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Duarte Nogueira - 3886 6790/6794)

alesp