Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi"O Governo Estadual está fazendo propaganda enganosa. Ao anunciar a volta de seis horas/aula no período diurno da rede estadual de ensino e o retorno da Filosofia ao Ensino Médio, o Governo não está aumentando nada, mas sim corrigindo um erro gravíssimo cometido oito anos atrás."A frase, em tom de desabafo, foi disparada pela deputada Maria Lúcia Prandi (PT) da Tribuna da Assembléia Legislativa. A parlamentar ficou indignada com a postura do governo paulista de querer "faturar" com a medida, que apenas devolve o que foi retirado anteriormente.A deputada Prandi é autora do projeto de lei 701/99, que determina a volta da carga horária de seis horas/aula no período diurno e cinco no noturno. Além disso, a proposta também visa o retorno das ciências humanas, como sociologia, psicologia e filosofia, à grade curricular do Ensino Médio. O projeto tramita desde 1999 na Assembléia.Em novembro de 2001, ficou pronto para ser votado em plenário, mas sua colocação em pauta foi obstruída pela bancada governista. "Tomei a iniciativa de formular este projeto para corrigir um erro cometido na condução da política educacional do Estado", explica a parlamentar.Para Maria Lúcia Prandi, lamentavelmente, o Governo levou muito tempo para perceber que estava no caminho errado. Foram oito anos de confisco de conhecimento, prejudicando a formação de nossos jovens. Conforme recorda a parlamentar, a carga horária foi reduzida em 1997, passando de seis para cinco horas no período diurno e de cinco para quatro no noturno. Por ano, cada turma perdeu 200 horas/aula.À época, a medida foi determinada pela então secretária de Educação, Rose Neubauer, que inadequadamente usou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) como justificativa. "Na verdade, com um único objetivo: reduzir gastos. Isto prejudicou por anos milhões de alunos, milhares de professores e causando danos a toda sociedade."Conforme acrescenta a deputada Prandi, "agora, o Governo estadual quer faturar politicamente, fazendo de conta que está criando algo novo, quando, na verdade, está somente devolvendo tardiamente um direito que havia sido confiscado. Isto precisa ser desmascarado e ficar claro para a população".A parlamentar lembra, ainda, que o retorno só atinge as classes do período diurno. "No noturno, a distorção também precisa ser corrigida. A continuidade da atual situação acarretará exclusão dentro da Educação. Os alunos que estudam à noite continuarão tendo sua formação prejudicada, com um ensino de menor qualidade", frisa.ReivindicaçãoA deputada Maria Lúcia Prandi está reivindicando à Secretaria Estadual de Educação que prorrogue o vínculo dos professores até o próximo dia 28, período de atribuição de aulas e classes remanescentes. O pedido foi apresentado à parlamentar pela subsede da Apeoesp na Baixada Santista, que já encaminhou ao secretário Gabriel Chalita um abaixo-assinado com cerca de 500 adesões em defesa da prorrogação.A solicitação tem como base duas resoluções da Secretaria e visam garantir que os professores mantenham suas ligações formais com as unidades de ensino em que vinham lecionando. Caso não ocorra a prorrogação, eles perdem o vínculo e voltam para uma fila geral na atribuição das aulas. "Espero que haja sensibilidade do secretário. A manutenção do vínculo é importante também para a continuidade do trabalho que já vem sendo desenvolvido com os alunos", finaliza a deputada Prandi.mlprandi@al.sp.gov.br