A deputada federal Telma de Souza e a deputada estadual Maria Lúcia Prandi, ambas do PT, argumentarão em defesa da Base Aérea de Santos em audiência com o ministro da Defesa, Waldir Pires, nesta quarta-feira, 19/4, às 15h30, em Brasília. As parlamentares vão relatar ao ministro as conseqüências negativas da desativação da unidade militar e defender a ampla discussão sobre o assunto, uma vez que há um crescente movimento popular contrário à proposta.

"Vamos pedir atenção especial. Há que se encontrar uma decisão adequada, que atenda a todos os interesses envolvidos", destaca a deputada federal Telma de Souza.

Para Maria Lúcia Prandi, todos os caminhos devem ser percorridos. "O comunicado da Aeronáutica sobre a possibilidade de desativação estourou como uma bomba. Faltou discussão. A base aérea funciona desde 1922. Alternativas precisam ser estudadas", afirma a deputada estadual.

Em recente reunião que a parlamentar manteve com o Clube de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vicente de Carvalho, a ameaça de extinção da unidade foi um dos assuntos em pauta. "O impacto na economia regional pode ser desastroso. A entidade promete realizar uma ruidosa manifestação nesta quarta-feira, 19/4. O comércio deverá fechar as portas em protesto", adverte Maria Lúcia.

A deputada Telma de Souza enfatiza que o próprio comando militar calculou que a desativação da base aérea implicará a perda de R$ 60 milhões, que deixarão de circular na economia local. "É um volume expressivo. Pode haver um efeito em cascata, com desemprego que aumentará ainda mais o impacto negativo", enfatiza. Além disso, destaca a parlamentar, o fechamento da unidade significa o fim do serviço militar para 150 jovens que, a cada ano, cumprem o recrutamento no local, recebendo soldo de R$ 300,00.

As deputadas temem, também, pelo destino da Escola Estadual Marechal-do-Ar Eduardo Gomes, que funciona em área da base aérea. "São 1.300 alunos que podem ficar sem escola, de um momento para outro. É impensável que venha a ser fechada uma escola tão tradicional e com tão significativa quantidade de alunos", destaca Maria Lúcia. "Como educadoras que somos, rechaçamos a hipótese com veemência", completa Telma.

Para as deputadas, há propostas que precisam ser amadurecidas. "Temos a informação de que é possível manter a base aérea e ainda criar o Aeroporto Civil Metropolitano da Baixada Santista. É o que desejamos " agregar e não perder", ressalta Telma.

Conforme acrescenta Maria Lúcia Prandi, a reação que a assunto despertou está sendo importante para a construção de alternativas. Entre elas, destacam-se a possibilidade de criação de um Esquadrão Operacional de Helicópteros, com sede na base aérea, ou na transferência para o local de um esquadrão que já atua em Recife. "A Força Aérea Brasileira mantém esquadrões que se destacam nas ações de segurança e em operações especiais de patrulha e salvamento. Com o pólo industrial de Cubatão, a Ilha Barnabé e o Porto, é estratégico para nossa região dispor de um esquadrão", arremata Maria Lúcia Prandi.

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