Expectativas confirmadas

OPINIÃO - José Caldini Crespo*
14/10/2003 20:14

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O Centro Paula Souza mantém, através de sua Assessoria de Avaliação Institucional, um interessante sistema de acompanhamento da situação sócio-econômico-profissional dos seus alunos do ensino profissional técnico, atendidos pelas Escolas Técnicas Estaduais (ETEs), e tecnológico, representados pelas Faculdades de Tecnologia (Fatecs).

Recentemente tivemos contato com as mais recentes edições (julho/03) do Sistema de Acompanhamento Institucional de Egressos (SAIE), tanto das ETEs quanto das Fatecs. Iniciado em 1996, esse trabalho do "Paula Souza" acompanha - agora semestralmente - a performance de seus alunos e ex-alunos frente ao mercado de trabalho.

O principal objetivo do levantamento é o de aprimorar a qualidade dos cursos técnicos e tecnológicos, visando a permanente sintonia com as exigências e mudanças do mercado de trabalho.

Os dados apontados pelos boletins do SAIE dão forma, de modo incontestável, a um sentimento cultivado há anos pelas comunidades que têm o privilégio de poder contar com os cursos disponibilizados pelo Centro Paula Souza, através das ETEs e das Fatecs.

Corroborando com as expectativas da comunidade, o acompanhamento de egressos de cursos técnicos - através da pesquisa realizada em 2002 com alunos formados em dezembro de 2000 e junho de 2001 - revelou que de cada grupo de dez técnicos saídos das ETEs, oito estavam trabalhando.

De um universo de 3.126 trabalhadores pesquisados, 63% tinham carteira de trabalho assinada, 15% trabalhavam sem carteira assinada. Os outros 22% estavam distribuídos no funcionalismo público (11%), serviço autônomo regular (5%), autônomo eventual (3%) e micro empresário (3%). Enquanto 24% dos técnicos atuam em empresas de grande porte, as micros, pequenas e médias empresas respondem por 57% das vagas.

Não menos significativos são os resultados aferidos pelo SAIE relacionados aos alunos saídos de cursos superiores de graduação em tecnologia. A pesquisa realizada em 2002, com os formados de julho de 2001, revela que mesmo em num ano onde foi constatada uma redução dos postos de trabalho em níveis regional e nacional, houve um aumento no número de tecnólogos que encontraram colocação no mercado de trabalho.

Os números apontaram para uma situação positivamente surpreendente: nove em cada dez tecnólogos formados estavam trabalhando. Destes, 73% tinham carteira assinada e apenas 6,3% trabalhavam sem carteira assinada. 58,6% desses profissionais encontraram colocação em empresas de médio e grande porte. Números como esses justificam o nível de satisfação dos formados, que chegou a nada menos do que 94%.

Esses resultados constituem-se em mais um importante argumento para que continuemos o nosso trabalho junto ao governo estadual pela valorização das Fatecs e das Escolas Técnicas. O que é bom precisa ser mantido, valorizado e incentivado.

*José Caldini Crespo é deputado estadual pelo PFL e membro da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa de São Paulo

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