Assembléia popular


10/01/2007 17:17

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Censura

Mauro Alves da Silva, do Grêmio Social Esportivo Recreativo Sudeste, criticou a atitude do juiz que bloqueou o site YouTube. "Isto é uma violação da livre circulação de informações", afirmou. Mauro criticou dois decretos do prefeito Gilberto Kassab que transferiram verbas da Educação para o pagamento de funcionários. O representante do Grêmio Sudeste criticou também a ação da Justiça em casos que envolvem constrangimento e maus-tratos a alunos de escolas públicas.

Ação rápida

Uma ação rápida e coordenada dos governadores da região Sudeste foi pedida pelo professor Luiz Carlos Soares da Silveira, do Movimento Brasileiro Contra a Indústria da Doença. "Gostaria que os governadores dos Estados do Sudeste, a exemplo do que estão fazendo na área da segurança, também buscassem ações conjuntas para o problema da saúde", afirmou. Luiz Carlos criticou a situação dos hospitais públicos paulistas e pediu uma ação efetiva do governador José Serra para enfrentar esse problema.

Esperança

Ao afirmar que está esperançosa com as medidas iniciais do governo José Serra, a representante do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, Márcia Maria Kesselring, elogiou o governador. "A criação do Gabinete de Gestão Integrada do Sudeste para combater o crime organizado e o decreto que desburocratiza a máquina pública são ações que nos deixam com a esperança de que o novo governador faça uma gestão que valorize o servidor público e garanta serviços públicos de qualidade", disse.

Ação equivocada

José Roberto Alves da Silva, do Movimento de Olho na Escola Pública, classificou de ação equivocada os decretos expedidos pelo prefeito da capital paulista que retiraram verbas da Educação para o pagamento de funcionários. Para José Roberto, não é possível aceitar a retirada de verbas da Educação quando todos se queixam que é necessária a ampliação de verbas para garantir uma escola pública de qualidade.

Tortura

As ações da Justiça contra a professora Glória Reis, da cidade de Leopoldina, Minas Gerais, foram criticadas pela representante do Movimento Popular Ideamos, Cida Gomes. Segunda a oradora, a professora mineira vem sofrendo represálias pelo fato de ter denunciado o uso de tortura em presos da cadeia pública do município. Cida fez críticas à atuação dos conselhos tutelares e relatou que recebeu mais de 3 mil e-mails e mais de uma centena de telefonemas de pessoas ligadas ao movimento pelo fechamento da Febem após sua última participação na Assembléia Popular.

Atenção para a merenda escolar

A representante do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (Napa), Cremilda Estela Teixeira, cobrou de José Serra um governo diferenciado pelo comando de seus secretários, principalmente na área da Educação, pois, segundo ela, no governo passado, havia descaso quanto ao fornecimento de informações e não se levava em consideração os reais problemas da área. Ela conclamou o governador e seu secretário da Educação a dedicarem mais cuidados à merenda escolar, muitas vezes, a única refeição do dia para algumas crianças. Ela disse estar preocupada com a informação de que, na área municipal, Serra teria transformado verbas da merenda em prêmio para gratificar professores. Segundo ela, só deveriam ser premiados aqueles que têm um desempenho excepcional, extraordinário, o que não se pode dizer de todos os profissionais gratificados. "Entretanto, as crianças ficaram sem suas merendas."



Coronelismo na Guarapiranga

Mérice Andrade de Quadros, da ONG Embu Guaçu em Ação, declarou que gostaria de fazer apenas elogios, porém só tem reclamações a fazer a respeito da atuação dos poderes públicos. Além das dificuldades com transportes públicos, característica de sua região, os moradores dos arredores da represa Guarapiranga, manancial que fornece água para a Grande São Paulo, passam por outros problemas. Segundo ela, a Secretaria do Meio Ambiente tem a intenção de remover as pessoas mais pobres que lá residem para destino ignorado, a propósito de evitarem a poluição da área. A oradora observa que esses moradores para lá foram encaminhados por políticos inescrupulosos, em troca de seus votos. Ela acrescentou ainda que os habitantes das mansões que lá existem e a própria Sabesp também produzem poluição, mas não serão desalojados, o que representa uma situação parecida com o antigo coronelismo.

Descaso com a população em situação de rua

Robson César Correia de Mendonça, representante do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua, considera que a Assembléia Popular é o único canal aberto para que o cidadão possa externar seu conforto ou desconforto com as ações do poder público. Seu desconforto com relação ao prefeito Gilberto Kassab, disse ele, deve-se ao comportamento bestial do administrador, uma vez que não cumpre as promessas feitas pelo seu antecessor, José Serra. Além disso, há o descontentamento com o fechamento de centros de reciclagem no município, cujos responsáveis parecem não se preocupar com a capacitação da população em situação de rua para esse e outros trabalhos. Denunciou também o descaso com o fornecimento de medicamentos grátis e a remoção da população de rua para outros locais, criando-lhes dificuldades para acessar meios de sobrevivência.



Melhor qualificação para os servidores da Segurança Pública

Integrante do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua, Tcharles Santos Silva Ferreira falou dos problemas criados pela ação de policiais contra esse segmento da população. Declarou que os servidores da Segurança Pública têm que ter mais qualificação, além do que devem estar identificados com nome e local de trabalho, o que facilitaria a organização.

De olho nos poderes públicos

Rodolfo Barbosa, integrante da União da Juventude Paulista (UJP), parabenizou o governador José Serra pelas promessas de desburocratização, combate à corrupção e limpeza do funcionalismo estadual. Disse concordar com a solicitação de mais recursos da União para a questão da segurança, que passa por grande crise em todo o país. Declarou-se também indignado com a atitude dos deputados federais pela tentativa de aumentar em 91% seus salários e com a interferência do Executivo no Legislativo, desrespeitando assim a independência dos poderes. Essa atitude demonstra apenas a preocupação com o loteamento de cargos para garantir sua hegemonia, ao mesmo tempo que fere princípios que devem ser democraticamente respeitados. Por fim, Barbosa reclamou do alto custo do transporte coletivo na cidade de São Paulo, que não oferece serviço à altura e cuja frota encontra-se escangalhada.

Maior controle sobre a educação

Anderson Luiz, do Instituto de Educação São Paulo, comparou a atuação dos políticos com o conto dos Três Porquinhos, que se preocupavam apenas em construir suas casas, da mesma forma que os políticos apenas se importam em resolver problemas pessoais. Como exemplo, mencionou a intenção da gestão municipal de retirar o subsídio das passagens dos estudantes, que atualmente pagam apenas a metade da passagem normal. "Além da dificuldade de pagar seus estudos, seria um ônus a mais a ser carregado por esse segmento da população", disse. Lembrou também da atuação dos donos de estabelecimentos de ensino, segundo ele, centros geradores de lucro. "Alegando ter prejuízo com a atividade, esse empresários negam-se a fornecer bolsas de estudos para alunos carentes e não aparelham tecnicamente as escolas como deveria ser". Segundo o representante do Instituto de Educação São Paulo, essa atividade é considerada filantrópica, o que a isentaria do pagamento de imposto. Entretanto, "assim como os políticos, nunca são cobrados por essa atitude indevida."

alesp