O deputado Antonio Salim Curiati (PP) fez na Assembleia Legislativa manifestação para que recente reportagem, publicada no jornal "O Estado de São Paulo", sobre a possibilidade da contaminação do lençol freático das áreas ocupadas por cemitérios (e regiões próximas), por causa da infiltração de líquido originado com a decomposição de corpos enterrados (necrochorume), sirva de alerta às autoridades públicas. A reportagem relata problemas no subsolo de dois grandes cemitérios da Capital, Vila Formosa (zona leste) e Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), contaminados com necrochorume, podendo causar a transmissão de doenças na região, por causa da perigosa carga biológica de vírus e bactérias, além dos problemas ambientais.

O mais importante, afirma Curiati, é que a reportagem apontou soluções para essa grave situação. Uma delas seria a cremação, e a outra, que o deputado julga interessante, a utilização de solução sanitária. O geólogo e especialista no assunto, Leziro Marques da Silva, destacou que, "até o momento, como não se pode impermeabilizar o fundo da sepultura, porque é preciso a troca de gases para ajudar na decomposição, mas pode-se utilizar um colchonete umedecido com um produto chamado necroblendas, que absorve o necrochorume". E lembra ainda que "podem se colocar saquinhos com esse produto, já fabricados em São Paulo e bastante utilizados na Europa, dentro do caixão antes do sepultamento".

Curiati é médico sanitarista e está preocupado com essa situação, uma vez que, em São Paulo, 75% dos cemitérios apresentam sérios problemas de poluição ambiental e sanitário. Sendo assim, o deputado apela ao governo do Estado para que tome providências urgentes, levantando até a possibilidade da construção de cemitérios verticais, a exemplo de alguns poucos existentes, com compartimentos já preparados para receber os corpos, livrando a população da possibilidade de contrair várias enfermidades.



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