Só conversaPara o deputado Major Olímpio (PV), a criação das condições que propiciaram a fuga de Champinha " responsável pela morte dos jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé, em 2003 " da Fundação Casa (ex-Febem) teve a "participação interna (de funcionários), mostrando a grande incapacidade e a corrupção da Casa, que apenas mudou de nome". O deputado informou ainda a morte de policial militar em um caso de roubo de carga no município de Guarulhos. "O sargento Marques levou tiros no tórax e na cabeça. Ele jurou dar a vida pela segurança da sociedade e assim o fez. Enquanto isso, para o Estado, a segurança pública é só conversa, tema de debate. Conclamo a todos para, no próximo dia 9/5, na sede da Associação dos Cabos e Sargentos, participarem de uma assembléia deliberativa diante da inércia do Estado em relação aos salários dos policiais".Avaliação do trânsitoO deputado Rui Falcão (PT), continuando sua avaliação dos órgãos públicos que não funcionam, falou sobre a administração do prefeito Kassab e a recente confusão ocorrida entre a prefeitura e a CET, que, por não se entenderem, causaram prejuízo à cidade de São Paulo, uma liberando o rodízio e o outro não. Falcão disse ser o prefeito Kassab uma "espécie de delegado do governador Serra". Para Falcão, "essa dupla até agora só fez aumentar as tarifas e os congestionamentos, mas não construiu um único quilômetro a mais de corredores de ônibus" afirmou.A importância do metrôOs benefícios do metrô foram salientados pelo deputado Edson Giriboni (PV). Ele comentou que, quando estudava na Cidade Universitária, morava no bairro da Luz e gastava duas horas diárias no transporte. "Isso era um sofrimento. Senti na pele o quanto a população é carente de um transporte coletivo digno. Talvez hoje tenha melhorado, mas continua ruim, e assim mesmo custa 20% da renda dos usuários. O Estado deve oferecer um mínimo de dignidade à população e o metrô é muito importante, além de diminuir consideravelmente a produção de dióxido de carbono, protegendo o meio ambiente", afirmou Giriboni.Gratuidade e gratidãoO deputado Vitor Sapienza (PPS) acha que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem prós e contras. Um dos pontos que considera importante e com o qual está entusiasmado é a educação, que para o deputado é "o calcanhar-de-aquiles" do país. Para Sapienza, "o aluno que cursa a faculdade de medicina gratuitamente retribui com a residência nos hospitais públicos. Essa é uma forma de retribuição à sociedade pela gratuidade recebida, porém os estudantes de outros cursos, como devem devolver à comunidade o bem que receberam?", perguntou o deputado, sugerindo que a Comissão de Educação estude e desenvolva formas de compensação.Alteração dos prazos de discussãoO deputado José Augusto (PSDB), citando a Grécia antiga, comentou que "a democracia não é ausência de regras, e sim a supremacia das regras, sendo que a função destas é permitir que o debate transcorra da forma mais adequada e a conclusão seja resultado de uma resolução comum. Na Grécia, quando se queria mudar uma regra, submetia-se a questão a um grupo de juristas, que analisavam a pertinência da mudança", explicou o deputado. Segundo ele, o Regimento Interno da Assembléia também é passível de alterações, que devem ocorrer, se necessárias. "A realidade avança, e o Regimento precisa acompanhar essas mudanças." O deputado disse ser favorável à alteração dos prazos discussão das matérias.Medida de economia"O governador do Estado sancionou, no início de 2007, lei que autoriza a instalação de aparelho eliminador de ar em unidades servidas por ligação de água e esgoto. O prazo para regulamentação da referida lei era de 120 dias após ser sancionada e já se esgotou, denunciou o deputado Alex Manente (PPS). Para o parlamentar, a medida é muito importante para a população, que atualmente chega a pagar até 40% mais do que consume devido à entrada de ar nos atuais sistemas medidores. Manente falou ainda sobre projeto de lei de sua autoria que obriga o Estado a providenciar a instalação do novo aparelho nas residências, desobrigando os cidadãos de mais um gasto. Super-ReceitaCarlos Giannazi (PSOL) protestou contra a reforma da previdência dos servidores públicos estaduais e a criação da Super-Receita. Ele informou que, apesar de os Projetos de Lei 30, 31 e 32/05, que tratam da reforma da previdência, trazerem avanços em alguns itens, os servidores públicos estão ainda muito insatisfeitos. "Nesta sexta-feira, 4/5, em frente à Assembléia, haverá uma manifestação de todas as entidades do funcionalismo contra a reforma, e também contra o abandono do ensino público". Giannazi ainda declarou ser contra o projeto de lei aprovado pelo governo federal que funde a Receita Federal e com a Receita Previdenciária.Estatísticas criminaisO deputado Marcos Martins (PT) falou sobre matéria publicada nesta quinta-feira, 3/5, no jornal Folha de S.Paulo informando que o governo estadual vai fazer a revisão de todas as estatísticas criminais divulgadas desde 2004. "De acordo com a matéria, o número de assaltos a bancos no período de 2004 a 2006 foi de 1.053, pelos cálculos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e não os 487 declarados pela Secretaria da Segurança Pública estadual, afirmou Martins. O parlamentar, citando a matéria, disse que o secretário Ronaldo Marzagão não esperava essa grande diferença, acrescentando que o índice fala por si só e recomenda uma revisão geral.Valorização do centro da cidade"Uma política habitacional para a cidade de São Paulo tem de envolver o governo estadual e o município, e deve investir na região central", declarou Mário Reali (PT). Para o parlamentar, não adianta discutir o problema das áreas de preservação de mananciais, que envolve a questão da água potável, se não forem realizadas melhorias na região central de São Paulo. "Não adianta a adoção de ações localizadas. Devemos nos preocupar com os problemas das represas Billings e Guarapiranga, mas não podemos nos esquecer do centro da cidade, que tem recebido cada vez menos investimentos". Banimento do amiantoO amianto, matéria-prima de origem mineral ainda muito usada no Brasil, é comprovadamente cancerígeno. Estão sujeitos ao risco de contaminação tanto os que a ele estão expostos no trabalho como os consumidores em geral, especialmente dos produtos em que a fibra é mais utilizada, ou seja, na indústria da construção: telhas, caixas d"água, chapas lisas usadas para forros, pisos, painéis de fechamento e com propriedades acústicas e incombustíveis. Para impedir a continuidade do uso do amianto na fabricação de quaisquer produtos no Estado de São Paulo, Marcos Martins (PT) apresentou o Projeto de Lei 384/07, para cuja aprovação pediu o apoio dos deputados. "São Paulo, o carro-chefe da economia no país, deve dar o exemplo e ser também o carro-chefe na defesa da saúde do trabalhador", afirmou.Energia limpaQuestionando as políticas energética e de meio ambiente do governo federal, José Augusto (PSDB) disse que o Brasil "pode resolver os problemas próprios e os do mundo todo com a produção de energia limpa, desde que tenha a coragem de abandonar o modelo que nos foi imposto por países que não dispõem da quantidade de energia solar que temos". Preocupado com a questão do aquecimento da Terra, que está na ordem do dia, apresentou dois projetos de lei sobre o assunto. O primeiro determina que, na construção de edifícios públicos, deverão ser previstos sistemas de aquecimento solar de água. O segundo institui a Política de Fomento à Utilização de Madeira Certificada no Estado de São Paulo.Números erradosVanderlei Siraque (PT) lamentou não ter conseguido ainda as 32 assinaturas para a instalação de CPI para investigar os números da violência no Estado de São Paulo em 2004, 2005 e 2006. Diante das notícias publicadas nos jornais de São Paulo dando conta de que o número de roubos a bancos é 149% maior que o divulgado pelo governo, Siraque declarou: "Há oito anos venho falando da maquiagem das estatísticas policiais no Estado de São Paulo". "O objetivo da CPI", disse o deputado, "é investigar se as denúncias são verdadeiras ou falsas". Para Siraque, se os números estão errados, as políticas públicas para a segurança também estarão erradas. "Os planejamentos da Secretaria da Segurança Pública, das prefeituras, do governo federal, ao se guiarem por estatísticas erradas, também estarão errados", afirmou. Projetos para o meio ambienteA deputada Vanessa Damo, líder do PV na Assembléia Legislativa, congratulou-se com o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, pelos 21 projetos estratégicos ambientais. "Esses projetos vão ser discutidos com prefeitos e autoridades municipais", disse Vanessa, "mas são um grande avanço. Ela citou o projeto São Paulo Amigo da Amazônia, que consiste em fiscalizar a proveniência da madeira que chega ao Estado a fim de garantir que seja certificada e não produto de desmatamento ilegal. Citou também o projeto do Esgoto Tratado, para reduzir os danos aos mananciais hídricos decorrentes do despejo de detritos industriais e domésticos em rios e represas.