Opinião - Saúde possível


23/03/2011 16:23

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Sete de abril, Dia Mundial da Saúde. Data que nos leva à reflexão sobre os rumos da saúde pública do Estado de São Paulo, um setor ao mesmo tempo vital e complexo que afeta diretamente a vida de todos os brasileiros. A meu ver, nosso maior desafio reside na regionalização e na humanização, que devem assumir seu papel de política pública.

O direito ao acesso ao sistema de saúde é assegurado pelo SUS. Um sistema denominado único, mas que, contraditoriamente, não se realiza da mesma forma em todos os cantos do país, pois cada município é herdeiro das diversidades culturais e territoriais existentes no Brasil.

Regionalizar, nesse contexto, significa criar uma identidade regional considerando as características demográficas, sócio-econômicas, geográficas, sanitárias, epidemiológicas, oferta de serviços, relações entre municípios, entre outras. Identidade que, muitas vezes, não coincide necessariamente com a divisão administrativa do Estado.

Julgo importante, ainda, que a população tenha acesso à saúde primária, que consegue resolver as necessidades de 80% dos casos. Caso haja necessidade de se recorrer aos ambulatórios ou hospitais, um encaminhamento por sistema informatizado abriria mão do uso de papel nos serviços de saúde. Nesse mesmo contexto, a hierarquização torna-se sinônimo de qualidade, evitando que casos simples sejam atendidos em hospitais com elevada complexidade.

O Estado de São Paulo, no âmbito de sua Secretaria de Saúde, tem demonstrado a iniciativa de dar uma nova cara à saúde. Nosso governador tem procurado assumir seu poder na descentralização regional do SUS e anunciado grandes investimentos nos hospitais regionais, santas casas, hospitais filantrópicos, ampliação do número de leitos para atendimento do SUS e transformações na oferta de serviços. Baixada Santista e Sorocaba foram as primeiras regiões contempladas neste primeiro mandato.

No âmbito da humanização, é preciso que as práticas de gestão nas instituições de saúde assumam uma postura ética, de acolhimento e de respeito, encarando o paciente como cidadão e não como um consumidor de serviços. Fica aqui minha aposta na gestão Alckmin por uma saúde mais igual, mais eficiente, mais valorizada, mais possível.



* Maria Lúcia Amary é deputada estadual pelo PSDB.

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