Estatísticas dos crimes e a realidade

OPINIÃO - Afanasio Jazadji*
20/02/2004 18:50

Compartilhar:


Têm sido assustadores os números sobre violência em alguns municípios da Região Metropolitana de São Paulo que antes eram tidos como completamente pacatos.

Um exemplo é Itapecerica da Serra, que aparecia em 18.º lugar no ranking de 2002 entre as cidades do Estado com maiores índices de homicídios dolosos (praticados com a intenção de matar) e saltou para o primeiro lugar em 2003. A proporção de Itapecerica é mesmo alta: 87 assassinatos registrados no ano passado, o que significa um aumento de mais de 30% em relação aos 64 casos do ano anterior.

Isto significa que, em 2003, o município atingiu um índice de 58,69 assassinatos por 100 mil habitantes, deixando para trás, pela ordem, Cubatão, Hortolândia, Embu, Itaquaquecetuba, Franco da Rocha, Cotia, Campinas, Itapevi e Ferraz de Vasconcelos.

Estatísticas são estatísticas, realidade é realidade. O problema está no fato de as estatísticas não apresentarem detalhes sobre os motivos dos crimes. Existem, por exemplo, os crimes passionais, os roubos seguidos de morte, os seqüestros que culminam com assassinato e assim por diante. De qualquer modo, está provado que, se determinados crimes são provocados por choques na vida em sociedade, outros são decorrentes da intenção de aderir à prática da violência, como fazem as verdadeiras quadrilhas.

Nesse ponto, deve-se alertar que, apesar do otimismo das autoridades estaduais com relação aos números, a criminalidade conquista novos adeptos. Portanto, cabe um rigor ainda maior.

Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

alesp