A solução para a reintegração dos cerca de 180 trabalhadores anistiados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) é uma questão de encaminhamento político na opinião do deputado estadual Fausto Figueira (PT). Durante reunião para discutir o impasse, que dura 14 anos, o parlamentar sugeriu uma reunião com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, após o encaminhamento de um documento elaborado pela Codesp explicitando a situação. O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira, 28/07, entre o presidente José Carlos de Mello Rego, a ex-deputada federal Mariângela Duarte (PT), os vereadores Cassandra Maroni Nunes (PT) e Benedito Furtado (PSB), diretores da Codesp e sindicalistas, na presidência da estatal, em Santos."Está prevista uma visita do ministro a Santos em agosto. Na ocasião, este assunto já deve estar alinhavado para que ele possa dar um encaminhamento efetivo. As anistias são uma questão de suma importância para o governo Lula. Além do mais, a lei não tem sentido se não for aplicada". Para o retorno dos funcionários é necessário haver disponibilidade de vagas e dotação orçamentária da Codesp para pagamento dos salários. Em vista disso, Mariângela Duarte definiu três ações para resolver o impasse: encaminhar um documento com o custo de inclusão dos anistiados; conversar com o Ministério do Planejamento e elaborar um diagnóstico real da Codesp.O gerente do Departamento Pessoal da companhia, José Ricardo Ferreira de Andrade, afirmou que existem atualmente apenas 18 vagas disponíveis na Estatal. Isto porque o número é limitado a 1.432 empregados, segundo portaria da Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.No documento elaborado pela Codesp a ser entregue ao Ministro dos Transportes, Alfredo Pereira do Nascimento, a admissão dos 183 anistiados trará um aumento de R$ 1.376.637,00 nas despesas da companhia para este ano e de R$ 4.270.745,00 para 2006. As despesas, no entanto, estão limitadas àquelas previstas no Plano de Dispêndios Globais da secretaria do Ministério.A demissão dos operários ocorreu em setembro de 1991, no então governo de Fernando Collor. Em 1994, quando o ex-presidente Itamar Franco, por meio da lei nº 8.878/94, concedeu anistia para todos os 432 portuários, os trabalhadores começaram a ser recontratados. Porém, assim que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tomou posse, em 1995, o processo regrediu. Na época, o ex-presidente determinou a formação da Comissão de Revisão dos Processos de Anistia para avaliar todos os processos. Essa comissão chegou à conclusão que apenas oito trabalhadores teriam o direito de retornar aos seus postos. Segundo a Codesp, a situação atual dos anistiados é a seguinte: seis anistiados pela Comissão Especial de Anistia estão trabalhando, nove voltaram ao emprego por força de decisão judicial, 101 ex-empregados solicitaram a readmissão e 94 que ainda não deram entrada com seus pedidos para voltar ao trabalho. ffigueira@al.sp.gov.br