Dimas Garcia retrata a paisagem e a solidão do homem

Acervo Artístico
08/10/2002 19:19

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Desvendar o anonimato, usando um estilo próprio, de forte expressão, num figurativo realista, essa a preocupação de Dimas Garcia, conforme ele próprio propaga.

Incomunicabilidade, massificação, monotonia e aridez da vida são conteúdos que o artista trouxe para o universo das telas e tintas. Na obra Ecoambiência, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, fala da vida moderna e do isolamento do homem em seu próprio ambiente.

A monotonia da paisagem marcada por casinhas dispostas horizontalmente é suavizada por tons pastéis e pelas pinceladas leves, em técnica que lembra aquarela. A paisagem despojada ilustra a aridez da vida, onde o vazio representa a distância afetiva e psicológica entre os seres humanos.

Embora não alterando a serenidade que comunicam suas composições perfeitamente equilibradas, a mensagem do artista é sintética, desprovida de detalhismo supérfluo e longe de qualquer virtuosismo.

Devido essencialmente a essa sensibilidade vital, que se aprofunda sem esterilizar-se numa "fórmula", Dimas Garcia sintetiza suas qualidades técnicas e, sobretudo, expressivas em sua obra, algo que se assemelha a uma relação optimal entre o homem e as coisas, onde reconhecemos um discurso moderno, racional e coerente.











O artista

Autodidata, pintor e gravador, Dimas Planas Garcia nasceu em Promissão (São Paulo), em 1938. Mudou-se para Limeira, em 1946. Recebeu orientação em desenho e pintura do Professor Ruy Corte Brilho no antigo Instituto de Educação Castello Branco, entre 1954 e 1960. A partir de 1970, passou a residir em Campinas, onde recebeu orientação artística dos mestres Di Saboy, J. Zanellato e Thomaz Perina.

Em 1960, recebeu uma Medalha de Honra ao Mérito por sua participação no Salão de Artes Plásticas da I Feira de Artes daquele Instituto em Limeira.

Desde 1984, organizou e realizou eventos culturais em Campinas, a fim de possibilitar novos espaços para artistas emergentes, sem qualquer ajuda oficial.

Entre 1960 e 2001, realizou 36 exposições individuais no Brasil, 15 exposições no Exterior, participou de 57 Salões Oficiais, recebendo 26 premiações. Esteve presente em 107 exposições coletivas e 38 obras de sua autoria estão incluídas em 27 acervos oficiais.

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