Parlamentar condena negociação com líder do PCC e responsabiliza secretário


19/05/2006 18:13

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Em pronunciamento no plenário da Assembléia Legislativa, na quarta-feira, 17/5, o deputado Fausto Figueira (PT) lamentou que autoridades estaduais tivessem negociado com o crime organizado para pôr fim às rebeliões nos presídios e aos ataques nas ruas de cidades paulistas. "Na reunião com o governador Cláudio Lembro (PFL), em 15/5, dissemos que se existe algo inadmissível nessa crise da segurança é a negociação com o crime organizado", disse Figueira, lembrando que na ocasião também foi manifestada solidariedade ao governador na defesa do Estado de Direito.

"Esta negociação ocorreu. Lamentavelmente, uma advogada do preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi conduzida num avião da Polícia Militar para negociar com ele, numa traição absoluta aos soldados da própria PM e aos companheiros da Polícia Civil que morreram", acrescentou. Para o deputado, "é inaceitável e inconcebível que, de maneira formal, se faça a negociação que houve com o crime organizado, em desrespeito aos policiais".

Figueira citou a manchete do Jornal da Tarde de segunda-feira última, "Governo refém do PCC", para dizer que o atual governador caiu numa arapuca armada por seu antecessor, Geraldo Alckmin. "A manchete mostra a rigor a arapuca que foi deixada para o governador Cláudio Lembo ao herdar um esquema de segurança covarde. Ele está pagando um ônus imerecido e está engolindo Saulo de Castro Abreu Filho como secretário da Segurança Pública", completou.

O deputado do PT responsabilizou o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, pela onda de violência que atinge o Estado de São Paulo. "Ele é responsável por essa crise, porque sabia, há mais de 20 dias, que estavam sendo planejados atos de violência e a polícia não foi avisada. Mesmo assim, 10 mil presos foram liberados com o indulto do Dia das Mães para viabilizar os ataques." Por isso, segundo Figueira, "policiais civis e militares foram caçados nas ruas do Estado de São Paulo".

ffigueira@al.sp.gov.br

alesp