Lirismo e misticismo das composições florais de Marilena Juliano

EMANUEL VON LAUENSTEIN MASSARANI
15/10/2002 16:17

Compartilhar:


Num mundo onde a tecnologia parece condicionar cada iniciativa do homem moderno, a pintura de Marilena Juliano nos transporta a uma conotação quotidiana, a uma redescoberta das coisas simples e delicadas.

Suas telas, sobretudo as chamadas naturezas mortas, tomam forma e parecem alcançar um relevo plástico acrescido de longos planos de cores que, no seu entender, dão aos detalhes uma energia que toma corpo e realidade na particular textura cromática.

É evidente, de fato, um pintar diáfano, rarefeito, onde as composições florais se desenvolvem mediante uma seqüência narrativa e uma impostação espacial que conferem à obra de Marilena Juliano um clima de encantamento e poesia.

Na obra "Rosas", oferecida ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, estão visíveis os caracteres de uma bem definida personalidade ligada a um "metier" concreto e sensível, onde a linha define a estrutura e o volume da imagem.

Essência, rigor da composição e controlado equilíbrio encontram o seu elemento característico na cor embutida delicadamente, permeando os elementos da composição e conferindo-lhe um timbre, uma musicalidade bem harmônica, um clima lírico e místico.

A artista

Marilena da Graça Albiéri Juliano nasceu São Paulo, em 1949. Pintora, musicista e professora de magistério, é bacharel em Música - Modalidade Piano - pela Faculdade Marcelo Tupinambá e fez pós-graduação em História da Arte pela FAAP. Realizou curso de Harmonia Estética e Análise Musical com o professor Koellreuter e de desenho e pintura com o professor José Carlos Acerbi. Participou das Master Classes com os professores Alfredo Cerquinho, Flávio Varani e Yara Bernette, e do curso de extensão universitária sobre o método Kodaly e sua aplicação na escola brasileira.

Além de participar de vários Recitais de Música e diversos Salões de Artes Plásticas, recebeu as seguintes premiações: Menção de Incentivo no IV Salão da Associação Paulista de Belas Artes; Medalha de Bronze do XII Salão Ecológico da APBA; Rosa de Bronze no XXX Salão de Primavera da ABPA, com a obra "Rosas" doada ao Acervo da Assembléia Legislativo do Estado de São Paulo; e 1º lugar em desenho no IV Concurso Nacional Estudantil de Artes Plásticas.

alesp