Ato marca o Dia Internacional de Eliminação da Discriminação


22/03/2005 15:57

Compartilhar:


Há um ano, um crime chocava o país. No dia 3 de fevereiro, era assassinado o dentista negro Flávio Ferreira Sant"ana, de 28 anos, com o envolvimento de seis policiais militares paulistas. Na época, diversos movimentos sociais, entidades sindicais e líderes religiosos se uniram em uma marcha pedindo o fim da violência e da impunidade policial. O ato que reuniu cerca de 5 mil pessoas marcou o Dia Internacional de Eliminação da Discriminação, 21 de março. Após um ano, os movimentos sociais se reuniram novamente na Assembléia Legislativa para sensibilizar deputados e pedir providências quanto a discriminação policial, já que novos casos ocorreram desde a morte de Flávio Sant"ana.

O evento aconteceu nesta segunda-feira, 21/3, no auditório Franco Montoro, às 19h. Do ato participaram diversos segmentos do movimento negro, entidades sindicais, parlamentares e representantes religiosos que discutiram medidas para combater a violência e a discriminação policial.

Além disso, foi lançada a Marcha Zumbi +10, que ocorrerá em novembro. A marcha reunirá em Brasília os movimentos negros de diversos estados brasileiros. Dentre os objetivos da marcha está a entrega de uma carta ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, que reivindica políticas de combate ao racismo.

O dentista flávio Sant"ana foi morto ao ser confundido com um ladrão e foi baleado, porém não foi reconhecido pela vítima do roubo. Os policiais militares tentaram incriminar o dentista, colocando em seu bolso a carteira da vítima, que foi ameaçada para não revelar a execução. Presos, os PMs alegaram que Flávio estava armado e reagiu, mas a perícia derrubou esse argumento. No próximo dia 1º/7, os policiais envolvidos no caso serão submetidos a julgamento, por júri popular.

A PM de São Paulo coleciona acusações de uso excessivo e indiscriminado da força contra negros e pobres.O caso de Sant`ana faz parte da estatística da violência policial. de que negros, jovens e carentes são as principais vítimas. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, 51% dos negros já sofreram discriminação, contra 15% dos brancos. Outro caso que registra o abuso policial foi a morte da dona-de-casa Raimunda Olímpia de Jesus Furtado, em maio de 2004. Moradora do Parque Novo Mundo, região com freqüentes denúncias de abuso policial, a dona-de-casa foi morta com um tiro quando ia a um mercado .

tiaopt@uol.com.br

alesp