Sorocaba será a sede da 11.ª reunião do Fórum

Ponto de encontro, em 31/10, do Fórum de Desenvolvimento Econômico, a Região Administrativa de Sorocaba, segundo dados do IPRS, exibe força econômica e irregular situação social
30/10/2003 23:59

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DA REDAÇÃO

O Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, órgão da Assembléia Legislativa, de caráter permanente, criado em setembro de 2003, realiza reunião em Sorocaba, na sexta-feira, 31/10, das 9 às 13 horas, no Salão Verde da Universidade de Sorocaba (UNISO) - Campus Seminário, na Avenida Eugênio Salerno, nº 100 - bairro Santa Terezinha.

Será a 11.ª reunião do Fórum, com o objetivo de reunir propostas de longo prazo para o crescimento econômico paulista, em cenário que prevê a superação dos problemas macroeconômicos atuais, com a realização de audiências regionais para discutir as fragilidades de cada região administrativa e coletar informações específicas nas diversas áreas do Estado, que possam auxiliar no seu desenvolvimento.

Uma de suas primeiras atividades inclui a discussão do Plano Plurianual 2004/2007 e a do novo Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). Encomendado à Fundação Seade pela Assembléia Legislativa, o IPRS é um sistema de indicadores socioeconômicos referentes a cada município do Estado, que deverá servir como indicativo para a implementação de políticas públicas. O Fórum resulta de uma parceria da Assembléia Legislativa com a Fundação Prefeito Faria Lima/Cepam e o Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), da Unicamp.



De têxtil a quase tudo



A outrora "Manchester Paulista" espraiou-se. Ao tradicional setor de fiação e tecelagem juntou-se a indústria aeronáutica, a eletroeletrônica, a de alimentos, as metalúrgicas e mecânicas, o pólo moveleiro, a agricultura, a pecuária, as universidades... Hoje, a alusão à cidade inglesa de Manchester (famosa pelas fábricas de tecidos) é descabida para definir a grande Região Administrativa de Sorocaba.

São 79 municípios e quase 2,5 milhões de habitantes, em uma área de 41.077km2. Junto com Campinas, foi a região que mais cresceu (2,3% a.a.) em termos populacionais; algumas cidades tiveram suas populações aumentadas em até 6,4% ao ano. São poucas as localidades com queda no número de habitantes. Com relação à densidade demográfica, entre os 41 municípios com maior acréscimo populacional, 30 apresentam níveis abaixo dos 80 habitantes por quilômetro quadrado. Nos demais, o índice varia entre 80 e mais de 1.000 hab/km2 - Sorocaba registra 1.111,2; Salto, 580; Cerquilho, 233,3. Os índices de saneamento oscilam bastante e há casos (Anhembi, Areiópolis e Itatinga, entre eles) em que a cobertura é quase total; em outros lugares (Itaóca, Ibiúna, Araçoiaba da Serra), não chega à metade o número de domicílios atendidos. Mais homogêneo é o abastecimento de água, pois os locais com menor cobertura apresentam índices próximos a 80% das residências, como Araçoiaba da Serra e Itaóca.

Sede da Região Administrativa, o município de Sorocaba tem perfil industrial diversificado, que compreende desde as tradicionais fábricas têxteis até produção de componentes aeronáuticos, implementos para telecomunicações, alimentos, mecânicas etc. A rede ferroviária que atravessa a cidade possibilita conexões com a capital e o porto de Santos. O aeroporto local possui uma das maiores movimentações do Estado em pousos e decolagens. Em Sorocaba estão importantes instituições de ensino superior, como ocorre também em Itu, Itapetininga e Botucatu, esta abrigando o maior campus da Unesp e diversos outros centros de pesquisas médicas, agronômicas e veterinárias.

A região sorocabana apresenta uma economia bastante dinâmica também por suas atividades agrícolas e pecuárias, caracterizadas pela presença de diversos tipos de lavouras e de criações de animais. Em Avaré, milho, soja, banana, laranja, nozes-macadâmia, criação de eqüinos ("Capital Nacional do Cavalo", a chamam) e gado de corte e leite; em Itapetininga, pêssego, grama, pinus; em Porto Feliz, cana-de-açúcar, uva, hortifrutigranjeiros; em Tietê, agropecuária, produção de cana e avicultura. O setor industrial da RA Sorocaba é igualmente importante por manter grandes empresas de alimentos, bebidas, madeireiras, confecções, farmacêuticas, autopeças e cerâmicas. Entre 1996 e 2002, a região recebeu investimentos que foram, em sua maioria, direcionados para as indústrias madeireiras, metalúrgicas, de extração de minerais não-metálicos e para a geração de energia.

O IPRS 1997-2000 classifica a Região Administrativa de Sorocaba em 8.º lugar no indicador de riqueza, quando comparada às demais regiões do Estado. Nas dimensões sociais, porém, é a 11.ª em longevidade e 14.ª (penúltima) em escolaridade. O conjunto das informações colhidas pela Fundação Seade mostra uma certa heterogeneidade das dimensões socioeconômicas, confirmadas pela análise da situação de cada um dos municípios e pela distribuição deles nos cinco grupos do IPRS. No agrupamento 1, de bons indicadores nas três dimensões, foram classificadas quatro localidades; no 2 (bom nível de riqueza, insatisfatórios índices sociais), estão seis municípios; no 3 (regular nível de riqueza, bons índices sociais), localiza-se uma dúzia de cidades. Os grupos 4 e 5 agregam os territórios em piores situações, e ali se encontram, respectivamente, 22 e 32 municípios.

Em termos gerais da região, o IPRS informa crescimento de riqueza entre 1992 e 1997, com posterior estabilização. Como, aliás, ocorreu no conjunto do Estado. Do total dos municípios sorocabanos, 26 apresentaram diminuição deste indicador e poucos não registraram variação. Destaques no crescimento: Alumínio, Quadra, Jumirim e Taquaravaí. Na dimensão longevidade, movimento crescente em todo o período de análise e seu patamar (64) encontra-se pouquíssimo abaixo do Estado (65). A maioria das cidades da RA Sorocaba ampliou seus escores, apresentando satisfatórios indicadores de expectativa de vida. Houve redução de todas as variáveis de mortalidade na região. Quarenta e duas localidades, porém, mostraram valores abaixo da média estadual.

O indicador de escolaridade foi positivo para o conjunto da região. Significativos avanços foram detectados na cobertura dos ensinos fundamental e médio (alguns municípios ampliaram em mais de 20% a parcela da população com estes ciclos completos). Somente 28 municípios apresentaram participação muito limitada no processo de municipalização do ensino fundamental. Em outros 25, esta participação supera 50%, chegando a 100% em cidades como São Roque, Quadra, Paranapanema e Iaras.



Mais informações sobre o Fórum e sobre o IPRS no site www.al.sp.gov.br - ícones Fórum de Desenvolvimento e IPRS

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