Notas de Plenário


12/07/2006 19:37

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União x picuinhas

"São Paulo viveu mais um dia de intensa preocupação", disse Enio Tatto (PT), referindo-se aos ataques criminosos ocorridos entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira contra alvos da Segurança Pública e civis, que causaram a morte de pelo menos cinco pessoas, além de ônibus incendiados. O deputado mostrou-se indignado com a "falta de humildade e de preocupação" do governo do Estado, que recusou nova oferta de forças federais feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva " o mesmo oferecimento já havia sido recusado em maio passado pelo governador Cláudio Lembo. Enio Tatto disse que a situação vivida pela população exige união de todas as forças municipais, estaduais e federais. "Não dá para entender por que não querem a ajuda do presidente." Para ele, o governador está muito mal informado e um dos grandes culpados é o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu. O deputado citou os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo como exemplos da união de forças e desabafou: "O momento requer um posicionamento. Vamos deixar de picuinhas".

Emprego do dinheiro público

Waldir Agnello (PTB) disse que, em visita ao professor Dante De Rose Junior, diretor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da USP Zona Leste, constatou que existem dez cursos em andamento e 1.020 alunos reunidos nas diversas cadeiras. Agnello comentou sobre a existência de um plano diretor "muito bem planejado", para que, em pouco tempo, mais dois cursos sejam implantados ali, o que, de acordo com o parlamentar, levará 7 mil alunos a freqüentar aquela universidade. O deputado agradeceu o ex-governador Geraldo Alckmin por ter, de acordo com ele, transformado o sonho que muitos ansiavam em realidade: "Uma área de 1,25 milhão de metros quadrados pertencente ao governo do Estado foi doada para a instalação da USP Zona Leste". O parlamentar também mencionou sua visita ao Hospital do Ipiranga, onde conversou com diversos "pacientes satisfeitos" com a atuação de médicos voluntários que estão oferecendo à população carente tratamento na área de estética facial e corporal.

De doer o joelho

O deputado Conte Lopes (PTB) comentou os crimes ocorridos nos últimos dois dias. Ele disse que a Secretaria da Segurança Pública dá explicações de "doer o joelho". Para o parlamentar, ninguém fala coisa com coisa, enquanto mais e mais pessoas morrem. Conte acredita que se o governo federal quisesse mandar o Exército poderia fazê-lo. "Se quiser mandar, manda. Não precisa da autorização de ninguém. Agora, cabe ao governo estadual agir." O parlamentar afirmou que os policiais usam armas calibre 38, enquanto os bandidos conseguem "armas atômicas". Para ele, a situação é alarmante. Os policiais, muitas vezes, voltam para suas casas desarmados e alguns têm suas famílias atacadas por criminosos. "Se um homem não tem segurança na casa dele, como vai combater o crime? A segurança da população é dever do Estado", concluiu.

Prazo expirado

Valdomiro Lopes (PSB) cobrou do governo a regulamentação da lei que prorroga por seis meses o prazo para que funcionários públicos cadastrem seus pais no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). O parlamentar é autor da iniciativa que legalizou o atendimento aos pais dos servidores e também da que prorrogou o prazo por mais seis meses. "Já se passaram quatro meses do prazo e o governador ainda não fez a regulamentação para que a lei possa ser aplicada", reclamou Lopes.

Muito mais que triste

Os ataques a postos policiais e estabelecimentos comerciais na madrugada desta quarta-feira, atribuídos à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram considerados pelo Coronel Ubiratan Guimarães (PTB) motivo de vergonha. "Nunca antes na história da Força Pública e da Polícia Militar, tivemos a vergonha e a dor de carregar 24 caixões de policiais mortos por criminosos num mesmo fim de semana", declarou. O deputado criticou modificações na orientação da polícia e a inclusão no juramento prestado na formatura da frase "comprometidos com a dignidade humana". Em sua opinião, a polícia sempre teve esse compromisso. Guimarães disse também que quando ele e o deputado Conte Lopes eram comandantes de tropas policiais, defendiam de forma eficiente a vida de seus comandados. "Agora, falta comando e sobra discurso. Senhor comandante da Polícia Militar, vamos tomar uma atitude e colocar nossos homens na rua", finalizou.

Motivos para chorar

Milton Vieira (PFL), ao falar sobre sua participação nesta quarta-feira, 12/7, na cerimônia de aniversário do 3º Batalhão da PM, contou que, enquanto eram condecorados os policiais da unidade, seus familiares se emocionavam e suas mulheres choravam. "Enquanto ocorria a cerimônia, estavam todos " o batalhão, que completou 36 anos de existência, e suas famílias " preocupados com o que ocorria do lado de fora. E na condecoração, as mulheres choraram. Creio que choravam não de emoção por seus maridos receberem medalhas, mas de medo pelo que pode acontecer com eles", declarou o parlamentar.

PSDB x PCC

O deputado Vanderlei Siraque (PT) afirmou que a criação do PCC coincide com o período de gestão do PSDB no governo do Estado. "Ambos existem há exatos 12 anos." Siraque disse que o governador Geraldo Alckmin vetou importantes leis contra o crime organizado, como uma de sua autoria que tratava dos desmanches de carros. "E não adianta o PSDB jogar a culpa pela criminalidade no governo federal, porque os tucanos ficaram lá por oito anos."

Visita íntima

Conte Lopes (PTB) comentou um problema decorrente da liberação de visita íntima aos presos. "Há mulheres de presidiários que acabam engravidando todos os anos. Se ele está preso, quem vai ajudar a manter os filhos?" Segundo o deputado, a situação faz aumentar o número de crianças carentes e educadas num clima de violência, pois desde pequeno estreitam contato com o mundo penitenciário.

alesp