Elza Oda estabelece, com sua expressividade, uma relação de diálogo com a natureza

Emanuel von Lauenstein Massarani
12/05/2003 16:45

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Elza Oda institui, com corajosa sinceridade, uma relação de diálogo com a natureza e com as ¨ocasiões¨ que nos cercam. Em conseqüência, o seu discurso pictórico se enriquece a cada estação que passa, estimulado pelo que lhe é dado observar através de seu contato direto com as plantas, as flores e as árvores.

A pintora não as capta passivamente, mas as renova e as transforma continuadamente, da mesma maneira em que sua fantasia rende novos e inesperados elementos da realidade que observou, viveu e se submeteu dia após dia.

O tempo de permanência de uma imagem que é, e deseja ser, a comprovação tangível da manifestação e da concretização de um traço particular, por si mesmo carregado de tensões, de alusões, de simbologias e de alternativas que não são somente de ordem plástica ou sintática.

Cada obra de Elza Oda não está circunscrita aos detalhes que constituem o seu conto - uma flor, uma folha, um fruto ou parte de uma planta, por exemplo - nem à sua fragmentação incisiva, mas ao jogo do conjunto, à relação entre presença e distância, ao atrito entre esses dois momentos e a pontual e provocatoria condensação de significados que dela resultam.

Às vezes, o perfume dos frutos ou das plantas que a artista retrata se irradia da própria natureza em cromatismos diversos e cada cor, funde-se e conclui-se na seguinte; em outras, as corolas das flores são manchas de luz difundidas em suaves acentuações.

Na obra "Visão Mágica ", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a artista entrega a um certo monocromatismo expressivo a missão de transmitir à composição as intenções que levitam no seu subconsciente.

A Artista

Elza Oda, nome artístico de Elza Sumie Kakihara Oda, nasceu em Presidente Prudente, em 1931. Mudou-se para São Paulo em 1960 e, por mais de 28 anos, dedicou-se ao ensino, procurando despertar em crianças, adolescentes e adultos o amor às artes em geral.

Especializou-se em desenho geral e pedagógico no antigo Instituto de Educação Caetano de Campos e obteve licenciatura plena em desenho e plástica pela Universidade Mackenzie, em Educação Artística e em História da Arte pela Faculdade de Belas Artes Santa Marcelina.

Obteve inúmeras premiações nos Salões Bunkyo de Artes Plásticas (1998/2000/2001 e 2002); 1º Salão de Pintura da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa; 6º Salão de Artes Tom Jobim, Peruíbe (2001); XXXVI Salão de Artes Plásticas São Lourenço (2002).

Após participar do mapa cultural paulista em inúmeras cidades do interior, desde 1997, a artista participou dos Salões de Artes da Associação Comercial de São Paulo, Pinheiros (1998/2002); 1ª Exposição do Grupo de Aquarelistas Nikkei (1999/2000 e 2002); Salão Bunkyo (1998/2002); Museu de Arte Nipo-Brasileiro (1998/1999/2000/2001 e 2002); Expo Udemo (1998/1999 e 2000); e XXXVI Salão de Artes Plásticas São Lourenço (2002).

Atualmente presta serviço voluntário na Associação de Apoio ao Museu de Arte Nipo-Brasileiro e desde agosto do ano 2000 passou integrar o Núcleo de Aquarelistas da Faculdade de Belas Artes Santa Marcelina.

alesp