Ninguém é dono da verdade, mas estou lembrado que, pouco mais de um ano atrás, comecei a alertar para o incrível crescimento da violência em cidades do interior e do litoral de nosso Estado. Determinados municípios, antes tidos como tranqüilos, passaram a registrar seguidos casos de assaltos, seqüestros e homicídios. O pior é que essa situação de intranqüilidade tomou conta não apenas de cidades grandes, como Campinas, Santos e São José dos Campos, mas também de algumas cidades menores, que chegavam a se orgulhar da "criminalidade zero". Já não existem aqueles lugares pacatos em que os visitantes eram recebidos com uma orgulhosa explicação: "Aqui, a gente pode deixar a porta de casa aberta e o carro pode ficar com a chave de partida, sem problema". De repente, os ladrões, os traficantes e os assassinos bem-equipados que apavoravam a capital de São Paulo tomaram conta até mesmo de vilarejos. Praticam seqüestros contra pacatas pessoas da classe média e são muito mais numerosos do que a tal família Oliveira, aquela que manteve em cativeiro Wellington de Camargo, irmão da dupla de cantores Zezé di Camargo e Luciano.

Existem explicações válidas para o aumento da criminalidade no interior e no litoral: uma delas fica por conta dos problemas sociais, do alto índice de desemprego. No entanto, não se pode negar também que o interior paulista foi vítima da sua fama de riqueza. Toda riqueza atrai a bandidagem. Proliferaram as quadrilhas de traficantes de drogas, multiplicaram-se os homicídios. Tudo isso, sob o estímulo da política incompetente do governador Mário Covas para a área de segurança. Deu no que deu.

*Afanasio Jazadji é deputado estadual pelo PFL, jornalista, radialista e advogado.