Exposição mostra a nova Berlim aos paulistas

Evento retrata nova situação social, econômica e política da cidade-símbolo da reunificação alemã (com fotos)
27/08/2001 20:06

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DA REDAÇÃO

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo abriga desde segunda-feira, 27/8, a exposição Nova Berlim - Cidade para o Século XXI, patrocinada pelo consulado alemão de São Paulo. Para divulgar o evento, o cônsul-geral da Alemanha em São Paulo, Dieter Zeiler, e o diretor-presidente da Sociedade Parceiros para Berlim, ex-senador Volker Hassermer, acompanhados pelo presidente da Assembléia, deputado Walter Feldman, e pelo presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da Casa, deputado Milton Flávio (PSDB), participaram de uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira.

Segundo o cônsul-geral, 12 anos após a queda do muro, Berlim unificada é novamente um centro importante na Europa e a exposição quer mostrar isto ao mundo, "evocando a vontade de visitar Berlim e a Alemanha", salientou.

Para o ex-senador Volker Hassermer, "a situação da cidade alemã, hoje, é totalmente extraordinária e podemos observar novas perspectivas para o continente europeu a partir de Berlim".

"São 15 bilhões de dólares os gastos anuais com a edificação da nova cidade", informou Hassermer, salientando que "a exposição quer ser o retrato da nova situação social, econômica e política da nova Berlim". Dentre os projetos desenvolvidos, estão a reforma do Parlamento Federal (Reichstag), a Chancelaria Federal, a sede mundial da Sony, a Estação Ferroviária de Lehrter, o Velódromo e Ginásio de Natação e o Museu Judaico, que será inaugurado na próxima semana.

Hassermer falou da necessidade de busca da qualidade de vida para a população na reconstrução da cidade. O projeto prevê um crescimento de um décimo da população nos próximos 20 anos, "um crescimento muito reduzido, que possibilita mais qualidade do que quantidade", comentou. Daí a fundamentação ecológica dada ao projeto, que vai criar 16 novos parques na cidade, fazendo com que 1/3 do município seja de áreas verdes. "As questões ecológicas tiveram prioridade no projeto, pois as cidades do mundo irão concorrer entre si neste aspecto", frisou o ex-senador.

Para a diminuição da poluição sonora provocada pelos automóveis, o projeto prevê duas estratégias: intensificar o uso do transporte ferroviário nas áreas urbanas e a criação de um anel viário, fazendo com que os veículos pesados não atravessem a cidade.

Comunidade judaica. A relação da comunidade judaica na nova Berlim também foi tema da entrevista. Segundo o ex-senador, os primeiros judeus que voltaram a Berlim nos anos 50 desenvolveram com os moradores da cidade um relacionamento bastante amistoso. "A prova de que existe um bom relacionamento entre as etnias foi a reconstrução da sinagoga no centro de Berlim, tornando-se um marco da cidade", comentou, informando também a existência de um projeto que prevê a construção, no centro da cidade, de um grande memorial pelos judeus exterminados no Holocausto e a inauguração do Museu Judaico na próxima semana.

Por trás desse grande projeto de reconstrução da nova Berlim existe a preocupação de tornar a cidade uma atração cultural e turística na Europa. "Esperamos que os turistas que se dirigem à Europa descubram em Berlim uma atração de futuro e sua força como centro de cultura", comentou o cônsul.

A exposição pode ser vista diariamente até o dia 30 de setembro, seguindo depois para Curitiba.

alesp