A forma operacional mediante a qual Ismael Oliveira se exprime, parte de um pressuposto de ordem racional, de uma particular pesquisa que se abre num diálogo dirigido a uma nova dimensão de intervenção sobre a matéria e de uma precisa relação entre a realidade ambiental e a estrutura primária.

A possibilidade do meio empregado determina um peculiar universo pictórico com base na elaboração da composição, onde o jogo da luz sobre as vibrações cromáticas, os espaços brancos e pretos e o rigor construtivo alcançam efeitos sugestivos.

O artista se encontra num trabalho experimental, no qual o elemento geométrico primário é constituído de segmentos dispostos de tal maneira a criar uma linguagem refinada. Suas linhas são dispostas racionalmente e colocadas no espaço com certo rigor, numa equilibrada relação entre os meios expressivos e os instantes emocionais que nos parecem entrelaçados a um só sentimento, a um só gesto essencial.

Sua obra se transforma num discurso que se abre em direção a uma visualização psicológica da realidade cotidiana. Sua linha de trabalho transmite momentos de descoberta interior, através de traço, linha, ponto e de gesto, que ao criar as formas revela chamamentos e íntimas respostas. Tudo isso resultado de uma simbiose provocada pela sua formação em engenharia e artes plásticas.

Na obra "A construção da crise e a crise da construção" - um políptico em acrílico sobre tela, doado ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - aparecem os sinais de uma elaboração, que revelam particulares soluções técnicas destinadas a refletir uma luminosidade cromática. A assimetria dos elementos cria um sentido de espacialidade que vai além da simples notificação estética, para oferecer a oportunidade de um discurso mais amplo sobre os objetivos e as finalidades da obra de arte.







O Artista

Ismael Guimarães de Oliveira nasceu em 28 de junho de 1961, em São Paulo. Formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Carlos (USP), em 1985; e Artes Plásticas pela ECA (USP), em 2001.

Participou de inúmeras exposições coletivas, a partir de 1983, tais como: Fotografia, Centro Cultural da Universidade Federal de São Carlos (1983); Desenho sobre Fotografia, SESC, São Carlos (1985); III Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo (1985); Exposição Internacional de Arte Postal, Barcelona, Espanha (1998); FUNARTE, São Paulo (1999); Concurso de Fotografia "Avenida Angélica", Citibank, São Paulo (1999); Exposição Internacional de Arte Postal, Seia, Portugal (1999); Exposição Internacional de Arte Postal, Porto, Portugal (1999); Galeria Nara Roesler, São Paulo (2000); Museu Brasileiro da Escultura (2001); e Núcleo de Arte Contemporânea, São Paulo (2001).

Organizou, também, exposições individuais no: Secretaria de Estado da Cultura, São Simão (1984); Cine Clube de Mococa (1984); Centro Cultural Jabaquara (1986); Centro Cultural São Paulo (1986); Instituto Metodista de São Bernardo do Campo (1987); UNB - Universidade de Brasília (1987); e Arte Ambiental "Pirâmide Social", Itanhaém, São Paulo (1998).