CPMI deve pedir quebra de sigilo de policiais do Depatri


24/11/2000 13:45

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Ainda durante a manhã, os deputados federais que acompanham o senador Romeu Tuma (PFL/SP), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito instalada temporariamente na sede do Legislativo paulista, ouviram o delegado-chefe da Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria de Polícia Civil, Luís Antônio Rezende Rebelo. Ele disse aos membros da CPMI que a Corregedoria está aguardando do Judiciário a resposta ao pedido de quebra do sigilo bancário de 15 policiais denunciados por Sálvio Villar como integrantes de uma quadrilha de roubo de cargas - 13 deles são membros da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio (Depatri). O inquérito na Corregedoria foi instalado no início de abril e, depois de obter informações preliminares sobre as contas- os números e em quais instituições foram abertas -, o órgão informações completas sobre a movimentação bancária dos suspeitos.

"A experiência nos mostra que é preciso pedir também a quebra dos sigilos fiscal e telefônico", disse o deputado Pompeo de Mattos. O relator da CPMI, Oscar de Andrade, disse que um dos denunciados por Villar está exercendo cargo na Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas (Divecar), "o que é muito estranho", concluiu. "A corregedoria não pode interferir na administração dos departamentos", lembrou Rebelo. Apesar do pedido já feito pela Corregedoria da Polícia Civil paulista, a CPMI também deve aprovar, em reunião de trabalho a ser agendada, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos nas denúncias feitas por Villar.

Também falou à comissão o tenente-coronel Tomeu Takami, comandante do 1o. Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual, com sede em São Bernardo Campo. Ele lembrou aos parlamentares que, em São Paulo, 70% dos roubos de carga ocorrem em áreas urbanas. Nas estradas, há dificuldade em deter veículos roubados, já que a documentação apresentada pelos motoristas das quadrilhas aparenta estar em ordem. Takami propõe a burocratização dessa documentação, uma medida que enfrenta resistência das próprias transportadoras. "É necessário que os documentos especifiquem os itinerários e registrem os motoristas habilitados a dirigir os veículos", ele propõe. Atualmente, as cargas "podem passar por todos os bloqueios", reconhece.

alesp