Tem início campanha para economia de água

A crise de falta de água no mundo pode vir antes e ser mais grave do que a do petróleo
21/10/2002 17:39

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DA REDAÇÃO

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou nesta quarta-feira, 16/10, campanha que será veiculada pelos principais meios de comunicação para que a população economize água. O apelo está relacionado com o aumento de consumo, geralmente registrado nesta época do ano, quando o clima é seco e com altas temperaturas.

A Sabesp informa que a represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, com apenas 26,8% da capacidade de armazenamento, foi a que perdeu mais volume de água e está a 2,3 pontos percentuais do nível mais baixo já registrado no ano passado, que era de 24,5%. Segundo informações da assessoria da Companhia, ainda existe água suficiente para abastecer toda região sul da capital, com 3,8 milhões de habitantes.

De acordo com a empresa, apesar de o nível das várias represas estar abaixo do normal descarta-se o racionamento de água na Grande São Paulo, embora se constate que em alguns bairros a falta do líquido é quase diária.

Cerca de oito porcento da água doce da superfície da terra é encontrada no Brasil, 80% deste volume só na Região Amazônica. Apenas 2,95 % da água existe é doce, e 95 % se encontra na forma de gelo. Esses números, somados ao crescimento demográfico, à devastação desenfreada do meio ambiente, à falta de chuva, à poluição de mares e rios e ao desperdício, na maioria das vezes doméstico, agrava dia a dia o abastecimento de água nos grandes centros urbanos. Pensado nisso, o programa das Nações Unidas para o ambiente há anos vem alertando os governos de todos os países para a maior crise de água potável da história. Com certo exagero pessimista, alguns especialistas chegam a afirmar que a falta de água pode ser motivo para as próximas guerras entre os povos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que até 2025 dois terços da população mundial viverá em condições de escassez de água. Assim, a crise da água eclodiria antes e teria conseqüências mais graves que a tão falada crise do petróleo.

alesp