Os números mostram que apenas nos primeiros cinco meses deste ano as Polícias Civil e Militar de São Paulo demitiram mais de cem de seus integrantes, tidos como corruptos ou violentos. Só na Polícia Militar, de janeiro a maio, o total de demissões chegou a 68, na maioria de soldados, todos eles afastados depois de esgotadas suas chances de defesa em processos abertos pela Corregedoria junto ao Conselho de Justificação, de acordo com a corregedoria da PM. Já na Polícia Civil, ocorreu a demissão de 53 policiais nos cinco meses iniciais de 2000, depois de terem sido instaurados 62 inquéritos, 34 processos e 242 sindicâncias. As expulsões por violência atingiram 17 policiais civis, sendo 10 investigadores, 3 agentes policiais, 3 carcereiros e 1 escrivão. Denúncias de corrupção levaram ainda à demissão outros 36 policiais civis, dos quais 4 eram delegados, 22 atuavam como investigadores, 5 eram carcereiros; 2 agentes policiais e 3 escrivães. A exemplo do ano passado, tem sido elevado o número de punições aos maus policiais agora em 2000.

Não restam dúvidas de que, assim como ocorre em outras profissões, a Polícia de São Paulo é composta de pessoas exemplares e também de péssimas figuras. Convenhamos que os maus salários pagos pelo governo Covas não podem justificar, da parte dos policiais, um comportamento com excesso de violência ou com características de corrupção. A missão dos policiais é sagrada. Por isso mesmo, devemos entender que essas punições não generalizam as Polícias como más instituições.