Através de um expressionismo violento e patético, que deformava as imagens com uma apaixonada participação da existência humana e da vida interior da natureza, Chaim Soutine se afirmou como pintor no início do século XX no clima da famosa "Escola de Paris".A exemplo do famoso artista lituano, a pintura de André Maurício nasce como uma liberação e um meio de transferir através das cores experiências de vida e de cultura.Não encontramos em seu traço expressivo e, às vezes, violento uma assimilação de escolas precisas, mas a construção de um mundo onde pode dar livre desabafo à sua capacidade interpretativa.Cada figura por ele elaborada possui, entretanto, um denominador comum: o envolvimento de quem vive em estado de ansiedade e que leva à busca de si próprio, através de formas e figuras.A pintura de André Maurício é simples, decifrável até mesmo quando veste cores surreais ou quando suas figuras humanas deformadas conseguem transmitir intensas emoções e criam irreais jogos de luz.Na obra Clemência, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o sentimento do artista supera o da razão que, sem dúvida, o dirigiria a uma tomada de consciência da realidade menos intensa.O artistaAndré Maurício, pseudônimo artístico de André Maurício Souza de Oliveira, nasceu em Ribeirão Preto (SP), em 1967. Seus pais, percebendo sua inclinação para o lado artístico, o matricularam aos 8 anos de idade na Escola de Arte Cândido Portinari, mais conhecida como Escola de Arte do Bosque, pois funcionava no Bosque Municipal Fábio Barreto.Paralelamente aos estudos e às rotinas do escritório de contabilidade de seu pai, procurou desenvolver suas habilidades com pincéis e tintas.Após concluir o curso de ciências contábeis na Faculdade Moura Lacerda, prosseguiu na escola de artes fazendo cursos de desenho, pintura a óleo e acrílico, gravura em metal, linóleo e história da arte, sob a orientação do artista Francisco Alexandre Neto. Desde 2003, vem se dedicando também à xilogravura.Tem participado anualmente de exposições coletivas na Casa de Cultura de Ribeirão Preto e suas obras integram coleções particulares da região e o acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.