As figuras de André Maurício transmitem intensas emoções e criam irreais jogos de luz

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
23/02/2007 15:06

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Através de um expressionismo violento e patético, que deformava as imagens com uma apaixonada participação da existência humana e da vida interior da natureza, Chaim Soutine se afirmou como pintor no início do século XX no clima da famosa "Escola de Paris".

A exemplo do famoso artista lituano, a pintura de André Maurício nasce como uma liberação e um meio de transferir através das cores experiências de vida e de cultura.

Não encontramos em seu traço expressivo e, às vezes, violento uma assimilação de escolas precisas, mas a construção de um mundo onde pode dar livre desabafo à sua capacidade interpretativa.

Cada figura por ele elaborada possui, entretanto, um denominador comum: o envolvimento de quem vive em estado de ansiedade e que leva à busca de si próprio, através de formas e figuras.

A pintura de André Maurício é simples, decifrável até mesmo quando veste cores surreais ou quando suas figuras humanas deformadas conseguem transmitir intensas emoções e criam irreais jogos de luz.

Na obra Clemência, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o sentimento do artista supera o da razão que, sem dúvida, o dirigiria a uma tomada de consciência da realidade menos intensa.

O artista

André Maurício, pseudônimo artístico de André Maurício Souza de Oliveira, nasceu em Ribeirão Preto (SP), em 1967. Seus pais, percebendo sua inclinação para o lado artístico, o matricularam aos 8 anos de idade na Escola de Arte Cândido Portinari, mais conhecida como Escola de Arte do Bosque, pois funcionava no Bosque Municipal Fábio Barreto.

Paralelamente aos estudos e às rotinas do escritório de contabilidade de seu pai, procurou desenvolver suas habilidades com pincéis e tintas.

Após concluir o curso de ciências contábeis na Faculdade Moura Lacerda, prosseguiu na escola de artes fazendo cursos de desenho, pintura a óleo e acrílico, gravura em metal, linóleo e história da arte, sob a orientação do artista Francisco Alexandre Neto. Desde 2003, vem se dedicando também à xilogravura.

Tem participado anualmente de exposições coletivas na Casa de Cultura de Ribeirão Preto e suas obras integram coleções particulares da região e o acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp