Opinião - Erradicar a miséria e dar mais educação


09/05/2011 11:56

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O governo federal anunciou, recentemente, um novo plano de combate à miséria, além dos programas já existentes como o Bolsa Família. Cerca de 16 milhões de brasileiros, com renda mensal de até R$ 70,00, deverão ser beneficiados com o novo plano. Trata-se de uma medida louvável da presidente Dilma Roussef, que, a exemplo dos governos anteriores (Lula e Fernando Henrique), vem tomando providências para a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos.

Entretanto, gostaria que as autoridades federais fossem além, especialmente no campo da educação. É necessário harmonizar o combate à pobreza extrema com a ampliação da área educacional. Portanto, as duas situações devem caminhar juntas. Obrigar os pais a encaminhar as crianças e adolescentes às escolas, como já ocorre com o Bolsa Família, para que tenham direito aos benefícios. E fiscalizar essas ações.

Mas é preciso melhorar a qualidade das escolas, a grade curricular e ampliar, sobremaneira, a carga horária. O ideal é manter as crianças e adolescentes em tempo integral na escola. O País tem a obrigação de ampliar as ofertas de vagas, melhorar as instalações escolares e prover a segurança de alunos e professores.

Outra necessidade é a melhor qualificação dos professores para que tenham condições de transmitir com segurança e habilidade as disciplinas. O governo tem o dever de ofertar bolsas de estudos para os mestres, para ampliar seus conhecimentos. A valorização salarial dos professores também se faz necessário.

Paralelamente ao ensino regular, defendo a participação dos alunos em cursos técnicos profissionalizantes. O progresso e o desenvolvimento das famílias e do País passam pela qualificação profissional. Não sou contra os bacharéis, mas o Brasil precisa mesmo é de mão de obra qualificada para seguir avançando na indústria, infraestrutura, tecnologia e prestação de serviços. E só a educação com qualidade pode formar esse cenário.

O Brasil deveria se mirar no exemplo da Coréia do Sul, uma referência no campo da Educação. O país estava praticamente destruído nos anos 50, por causa da guerra civil que dividiu o território em duas nações: Coréia do Sul e Coréia do Norte. Na época, um de cada três coreanos era analfabeto. O governo sul-coreano tomou o ensino básico como prioridade. Investiu pesado na educação. São oito anos de frequência obrigatória à escola, durante oito horas por dia. A educação possibilitou a transformação do país numa potência mundial.

Portanto, a associação de combate à miséria à educação básica de qualidade e profissionalizante é necessidade prioritária para o Brasil. Somente com grandes investimentos nessa área, o País terá condições de se desenvolver, de progredir e gerar empregos, com melhor qualidade de vida e saúde a todos os brasileiros.



*Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), ex-presidente da Assembleia Legislativa, economista e agente fiscal de rendas aposentado.

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