DA REDAÇÃO A Fundação Seade está finalizando a análise dos dados e deve divulgar, no final de maio ou início de junho, o novo Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). A informação foi dada pelo diretor executivo da entidade, José Eli da Veiga, recebido em audiência pelo presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo, nesta quinta-feira, 24/4. O primeiro levantamento do IPRS foi publicado há dois anos.Criado em 2001 pela Lei 10.765, originada na Assembléia Legislativa como resultado do Fórum São Paulo Século XXI, o IPRS combina indicadores de resultados, esforços e participação social de cada um dos 645 municípios paulistas, basicamente em itens como renda, escolaridade e longevidade. Esses dados, fornecidos pelos municípios e organizados e analisados pela Seade, mostrarão a evolução dos municípios nessas áreas.Veiga afirmou que todos os municípios colaboraram com a prestação de informações. Para ele, o IPRS capta o desenvolvimento municipal de forma extraordinária, muito superior ao IDH - Índice de Desenvolvimento Humano proposto pela Organização das Nações Unidas - e se constitui num instrumento fundamental para os deputados, que representam as diversas regiões do Estado. Um aspecto importante, segundo o diretor da fundação, é que, diante da constatação de que um município é subdesenvolvido ou apresenta desenvolvimento perverso - alto índice de riqueza e baixo percentual de escolaridade, por exemplo -, a região pode trabalhar em conjunto para solucionar o problema.Na opinião do presidente do Legislativo Paulista, o IPRS oferecerà aos deputados um panorama da qualidade de vida no Estado, com base em variáveis mais consistentes do que as oferecidas por outros índices disponíveis. "A partir dessas informações, a Assembléia disporá de um balizamento para medir os efeitos das políticas públicas desenvolvidas em São Paulo", disse Beraldo. "Isso está em consonância com o novo papel do Parlamento, o de certificador dessas políticas".José Eli da Veiga é professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e tomou posse como diretor executivo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados em março deste ano. Colaborador freqüente de jornais, é autor de vários artigos e publicou recentemente o livro Cidades imaginárias - O Brasil é menos urbano do que se imagina, no qual argumenta que a superestimação dos índices de urbanização no país tem levado a equívocos nas política públicas para o desenvolvimento agrário e rural.