NOTAS DE PLENÁRIO


16/03/2005 18:08

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Termo bastante adequado

"Por ironia do destino fui o último deputado que se manifestou antes da eleição da nova Mesa Diretora, e vou ser o 1º a falar depois de eleita a nova composição. Muitas pessoas questionaram meu pronunciamento feito na última segunda-feira, pediram que eu mudasse de postura, que fosse mais racional e menos emocional em meus discursos. No entanto, penso antes de falar, afirmou o deputado Milton Flávio (PSDB). O parlamentar reiterou cada palavra que dissera na segunda feira e afirmou ter ficado surpreso ao saber da candidatura de Rodrigo Garcia. "Muitos acharam o termo traição muito forte, mas procurando seu significado no dicionário, considerei o termo bastante adequado para um coordenador da campanha de Edson Aparecido, que, juntamente com seu partido, havia aceito a condição de excluir o PT da Mesa". Milton Flávio afirmou que suas opiniões traduzem a visão de um grande número de pessoas sobre os acontecimentos. Para o deputado, o resultado da eleição da nova Mesa não terá nenhum efeito sobre a relação do Governo do Estado com a Assembléia Legislativa.



Rolo compressor

"Se alguém traiu a democracia foi a truculência do governo do PSDB, seu verdadeiro rolo compressor", disse Fausto Figueira (PT). O deputado criticou a relação entre o Governo do Estado e a Assembléia e mencionou a dificuldade da Casa em votar projetos e CPIs. Figueira afirma que quem venceu a eleição da nova Mesa Diretora foi a democracia. "O poder dos deputados foi dado pelo povo e dever ser respeitado". Sobre as negociações para composição da nova Mesa, o parlamentar criticou a conduta da bancada do PSDB. "Rodrigo Garcia propôs proporcionalidade e recebeu em troca a Casa esvaziada pelos que perderam as eleições", finalizou.

Democracia ferida

O deputado Simão Pedro (PT) cumprimentou a nova Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. "Parabenizo os eleitos, votei nesses deputados com convicção, pois conheço o passado deles. Sei como vêm conduzindo o seu mandato". Pedro desejou firmeza, sorte e serenidade na condução dos trabalhos da Casa. "Não posso deixar de lamentar a atitude das bancadas do PSDB, do PPS e do PTB de se ausentarem do Plenário numa atitude de protesto. Eles feriram a democracia. Dois anos atrás votamos por unanimidade, num princípio de atender a maioria. A Casa precisa funcionar, fazer jus à expectativa da população!", finalizou.

Traição

O deputado Romeu Tuma (PMDB) reclamou do fato de o deputado Milton Flávio (PSDB) acusar colegas parlamentares de traidores. "Em primeiro lugar, não se pode aceitar o termo "traidor". Se alguém aqui tem condições para comprovar que foi traído é o deputado Rodrigo Garcia (PFL). 54 deputados deram a palavra de que votariam nele!". Tuma defendeu uma convivência harmônica entre os parlamentares, em respeito à decisão do parlamento. "Em nenhum momento houve briga política, e sim disputa eleitoral! Se insistirem, temos elementos para mostrar quem são os verdadeiros traidores. E não é isso que queremos! Tenho esperança nesse governo!", encerrou.

A importância do parlamento

"É uma alegria ocupar a tribuna após a eleição de ontem. Creio que a dimensão histórica dessa votação será avaliada nos próximos meses", pronunciou o deputado Renato Simões (PT). Para ele, hoje começam grandes mudanças no Parlamento paulista. "Admitimos que o bloco da oposição é hoje maioria, e era minoria até ontem. Mas se o parlamento não é importante, os mandatos são menos ainda! Isso significa que a partir de hoje, o jogo parlamentar vai ser jogado, e a minoria vai ter que articular para vencer". O deputado lembrou que ontem completou 10 anos como parlamentar e isso o fez indagar o que marcou os mandatos dos outros deputados, do que foram capazes de fazer. "Que parlamento é esse que funciona sem deputados, só com colégio de líderes? O parlamento fica forte se os mandatos forem fortes!", finalizou.

Sem traição

José Caldini Crespo (PFL) fez um desagravo ao presidente da Casa, Rodrigo Garcia, que, na segunda-feira, 14/3, havia sido chamado de "Judas" pelo deputado Milton Flávio. Segundo Caldini, o PFL tem há dez anos uma parceria com o PSDB e continuará apoiando o governador Geraldo Alckmin. Entretanto, isso não faz do PFL um apêndice do PSDB. "Rodrigo Garcia havia feito apenas contatos pessoais com Edson Aparecido e em nenhum momento apresentou uma posição oficial de nossa bancada apoiando o candidato tucano", afirmou o parlamentar.

alesp