Focos da dengue aumentam 42% em São Paulo


22/10/2002 19:35

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DA REDAÇÃO

De janeiro a agosto deste ano, a cidade de São Paulo registrou um crescimento de 42% da incidência de focos do mosquito transmissor da dengue em relação a todo o ano passado. De acordo com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), nesses oito meses foram identificados 7.954 focos no município, contra os 5.586 detectados em 2001.

A maior parte dos focos ainda é encontrada em entulhos, em bases de vasos de plantas e em recipientes removíveis, como baldes e bacias. Os outros lugares preferidos do Aedes aegypti continuam sendo as caixas d'água destampadas, além de latas, potes, frascos e pneus. Mas, segundo o biólogo Delsio Natal, professor de da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), o Aedes se adaptou a pequenos criadouros e recipientes minúsculos. Uma tampinha de garrafa é suficiente para a reprodução do mosquito.

Natal afirma também que os elementos climáticos, como a chuva e o calor, são grandes disseminadores do mosquito, mas esclarece que o fator humano é fundamental para a proliferação do Aedes. "Se cuidássemos bem dos resíduos sólidos e reciclássemos embalagens descartáveis, a população do mosquito diminuiria", garante o biólogo.

Para os técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, o aumento de focos se deve ao fato de que, nos meses de temperatura mais amena, a população tende a se esquecer dos cuidados com a eliminação de criadouros. Pedro Bonequini Júnior, gerente do Projeto Prioritário Dengue, desenvolvido pela Secretaria, lembra que o Aedes não desaparece durante o inverno. "Os focos surgiram também durante essa estação", afirma ele. "Falta de chuva não é obstáculo para os ovos do inseto, que duram até um ano em ambiente seco".

No próximo dia 30 de outubro, a Secretaria Municipal da Saúde realizará na Assembléia Legislativa um curso de agentes multiplicadores no combate à dengue. As palestras serão ministradas das 14h30 às 18h30, no auditório Franco Montoro. Além disso, desde o início do mês, cada uma das 31 subprefeituras da Capital realiza encontro regionais para planejar ações locais de controle do Aedes aegypti.

alesp