FORÇAS ARMADAS CONTRA O CRIME - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
06/07/2000 16:49

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Existe muita polêmica em torno da tese de uma reforma que venha a permitir o uso das Forças Armadas no combate à violência dos bandidos. Confesso que já fui contra essa idéia mas, nas últimas semanas, ao refletir com bastante isenção, decidi rever minha posição: hoje em dia, diante do avanço da criminalidade em todo o país, aceito os argumentos de dois grandes expoentes de meu partido, o PFL, que são o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. É claro que, para permitir que as Forças Armadas deixem de ser acionadas somente em momentos de ameaça à segurança nacional, deverá ser feita uma alteração na Constituição Federal, e o senador ACM entende muito bem disso. A Constituição, como todos sabem, é que estabelece as atribuições do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Uma mudança deve partir do presidente da República ou do Congresso Nacional, por meio do Senado ou da Câmara dos Deputados. Muita gente se lembra da conferência Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, com a presença de inúmeros chefes de Estado: naquela época, na tentativa de proteger todas as autoridades e preservar o nome do Brasil, as ruas do Rio foram patrulhadas por soldados e por tanques de guerra. E tudo terminou bem, sem atentados, sem violência. Para combater o crime nas ruas de nossas cidades, os jovens recrutas seriam insuficientes, mas defendo a possibilidade de esse pessoal das Forças Armadas ser usado no serviço de proteção às muralhas de presídios, liberando milhares de PMs para outras ações.

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