Sonia Gabriele descreve o drama do homem através do fantasmagórico e da abstração

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
22/02/2007 14:44

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A realidade para Sonia Gabriele se dilui, de um lado de forma efêmera, quase uma fábula fantasmagórica muitas vezes e longamente descrita, de outro lado se torna abstração, como num certo sentido são abstratos o perfume e o sonho.

A metrópole por ela pintada - no caso São Paulo - aparece veladamente bordada, no meio da fumaça e da incandescência. É de se notar, entretanto, que o ser humano se constitui em elemento essencial de suas composições.

O conhecimento do ser humano permite à artista de catalizar imagens e sensações dentro daquela situação de inquietação que transparece em cada obra.

Sua madura sensibilidade da artista transparece como emblemática e enraizada, tendendo em direção a uma abstração do real, sem que se perca nenhuma das duas componentes.

Ao entrar no âmago dos problemas de nosso tempo, carregado de ânsias e contradições, o mérito de Sonia Gabriele é de recusar o fácil refúgio da retórica que muitos artistas utilizam ao desfrutar de temáticas da moda.

O conto pictórico se desenvolve com um realismo sugerido. Sua técnica lhe consente obter transparências cromáticas excepcionais e transferir nas suas imagens expressivos conteúdos.

Na obra "Construindo São Paulo", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a problemática do homem é revivido em sua tela com total participação, mas sem a pretensão de estabelecer um dogma ou de traçar os trilhos de uma justiça social que é e permanece utópica.



A artista

Sonia Gabriele, pseudônimo artístico de Sonia Ayres Gabriele, nasceu em Sertanópolis, interior de São Paulo em 1943. Formou-se em letras anglo-saxonicas pela Universidade Estadual de Londrina, Paraná.

Participou de várias exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, entre elas na Casa dos Crivos, Portugal, Córdoba, Itália, Paraguai, Líbano, conquistando vários prêmios.

Está catalogada no Dicionário Artes Plásticas Brasil da Editora Julio Louzada, no Anuário Latino Americano de Artes Plásticas da Hazer Print Editorial 2003, Artwell Beirute 2000, Salon Internationale D"Art Contemporaine, 3ª. Edição, Paris.

Suas obras fazem partes de diversos acervos oficiais e particulares no Brasil, no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp