Insegurança provoca a morte de trabalhador


11/12/2002 14:10

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DA ASSESSORIA

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) reagiu com indignação à notícia de que mais um trabalhador à serviço da Petrobrás morreu vítima de acidente de trabalho. O acidente ocorreu na tarde desta terça-feira (10/12), na Plataforma de Merluza, localizada no litoral paulista, a cerca de 100 milhas náuticas (185,2 Km) da costa. Prandi anunciou que acionará o Ministério Público para investigar os fatos, assim como está reivindicando à Petrobrás a participação do Sindicato dos Petroleiros na investigação do caso.

"A Petrobrás já fez 21 vítimas este ano. São quase duas mortes por mês. Nos últimos cinco anos, os acidentes já mataram 125 petroleiros. Os números são ainda mais reveladores quando se sabe que 95 eram terceirizados", destaca Maria Lúcia Prandi. A parlamentar faz duras críticas ao enxugamento do quadro de pessoal adotado pela empresa e à "política indiscriminada e suicida de terceirizações".

"Trabalhadores terceirizados, sem o treinamento adequado, são obrigados a executar as mais diferentes tarefas. Diante do despreparo, acidentes tornam-se inevitáveis. Por mais absurdo que pareça, há empresas terceirizadas que ganham concorrência e, por sua vez, terceirizam os serviços. São as quarteirizações, como dizem os petroleiros", comenta, destacando que a Petrobrás "precisa urgentemente retomar o fortalecimento do seu quadro de pessoal".

Prandi destaca ainda a irresponsabilidade da Petrobrás em manter a Plataforma de Merluza operando sem a presença de técnico de segurança, segundo denúncia do sindicato da categoria. "Os trabalhadores ficam entregues à própria sorte em uma plataforma distante quase 200 quilômetros da costa. É urgente que as responsabilidades sejam apuradas", reivindica a deputada.

Providências

A deputada Maria Lúcia Prandi determinou à sua assessoria jurídica o levantamento de dados necessários para acionar o Ministério Público. "O Ministério Público é um instrumento da cidadania. São necessárias investigações isentas e profundas. Os responsáveis devem ser apontados e punidos. Chega da irresponsabilidade que coloca vidas em risco", protesta.

A vítima fatal é o mecânico contratado Sílvio Sá, da empresa B.J. Operação de Flexitubo Ltda. O acidente também provocou ferimentos no ajudante de mecânico Derivaldo B. da Silva. Em ofício encaminhado à superintendência de Recursos Humanos da Petrobrás, a deputada Prandi reivindica que o Sindicato dos Petroleiros participe das investigações do caso. "Os petroleiros conquistaram em seu acordo coletivo o direito à formação de CIPAs em plataformas, mas a Petrobrás continua negando a participação dos sindicalistas na investigação dos acidentes. "A transparência na apuração dos fatos é condição básica", arremata a deputada Prandi.

alesp